Temporada positiva, mas com tom de desafios para os próximos trimestres
A temporada de resultados do 3T22 trouxe um desempenho relativamente positivo, já que setores produtivos e exportadores mantiveram um bom resultado, apesar dos segmentos voltados ao mercado doméstico sentirem efeitos da redução do poder de compra do consumidor e da elevada Selic, que cada vez mais impacta no custo da dívida das companhias. O segmento financeiro também já vê tons mistos, mesmo com a elevada Selic, o endividamento das famílias vai trazendo pressão na deterioração da qualidade de crédito. O cenário que se desenha para o encerramento do ano de 2022 é de ainda um tom positivo, seguindo a recuperação da atividade, mas a desaceleração econômica e o cenário externo devem trazer efeitos desafiadores para o ano que vem.
No aspecto macroeconômico, a transição para o novo governo tem adicionado incerteza à economia. Já antevíamos um quarto trimestre mais fraco, com a atividade econômica crescendo na margem e a inflação retornando à normalidade. De fato, a inflação de outubro veio um pouco acima da expectativa e deve continuar acelerando nos últimos meses de 2022. Ainda assim, devemos ter uma inflação anual abaixo dos 6%. Para o PIB, esperamos um crescimento de 3%, puxado principalmente pelo desempenho acima da expectativa do setor de serviços, que atualmente está em seu ponto mais alto da série histórica.
Entretanto, a perspectiva para 2023 piorou consideravelmente nas últimas semanas. A proposta da PEC da Transição, que libera quase R$ 200 bilhões fora do teto de gastos foi mal-recebida, pois cria um waiver para o governo federal acima do esperado e sem apontar nenhuma contrapartida fiscal. Como consequência, observamos a disparada dos juros futuros e uma piora considerável para a perspectiva inflacionária em 2023. Inclusive, pode-se reacender o debate de novos apertos monetários por parte do Banco Central em 2023 quando a discussão era justamente quando o Banco Central daria início aos cortes na taxa de juros. Havia uma pequena expectativa de que, em meios às condições corretas, o Copom pudesse dar início ao ciclo de cortes ao fim do primeiro trimestre de 2023. Portanto, mais uma vez estamos sob a dominância política, com a análise econômica totalmente dependente dos próximos passos do novo governo, que até o momento não apresentou nenhum plano de ação claro para a economia.
Já o cenário externo continua desafiador, com sinais de desaceleração da demanda global, principalmente da China, que continua a ter problemas com os surtos de Covid. Recentemente, o ritmo de infecção superou o pico da última onda e o aumento no ritmo das mortes tem aumentado a probabilidade de lockdowns mais severos. Com isso, a atividade, que já estava fraca, pode sofrer um novo baque, prejudicando nossas exportações. Outro fator de destaque no âmbito internacional é a política monetária americana, que já está em um patamar consideravelmente restritivo. Entretanto, após a última reunião do Fed, aumentou-se as especulações de que o ritmo do aperto monetária pudesse diminuir em dezembro. De fato, esse parece ser o cenário mais provável hoje, especialmente após a divulgação do último dado da inflação americana que surpreendeu positivamente, abrindo espaço para esse movimento. Apesar disso, não podemos descartar a possibilidade de a economia americana entrar em recessão, uma vez que as condições financeiras já estão em níveis altamente restritivos. Portanto, a perspectiva para 2023 demanda muita cautela, com fatores negativos vindo do lado doméstico e internacional.
Bancos
Os resultados dos bancos foram mistos, com as atenções voltadas para a qualidade de crédito, observamos a piora dos indicadores onde já esperávamos como visto no Santander e Bradesco e normalização no Itaú e Banco do Brasil. Com o avanço da deterioração da qualidade de crédito concentrado nas linhas sem garantia, como cartões e crédito pessoal os bancos mais expostos ao consumo e a carteiras com perfil de menor renda foram mais afetados, caso do Bradesco, que reportou forte deterioração na inadimplência e com consequente avanço das despesas com PDD, o que derrubou o ROAE do banco para cerca de 13%. O Santander também acabou decepcionando o mercado e reportando fraco desempenho não só com um maior custo do risco, mas com redução no NII tanto com clientes quanto com tesouraria, o que fez com que seu ROAE caísse do patamar de 20% para 16% no 3T. Na outra ponta, Itaú e BB acabaram trazendo maior tranquilidade, apesar de verem seus segmentos sem garantia também deteriorarem, vimos solidez no Itaú com avanço gradual da inadimplência e avanço do NII com linhas mais arriscadas em ascensão e bom desempenho em fees e controle de custos mantendo seu ROAE em 22%. Já o Banco do Brasil mostrou que consegue manter um alto nível de lucratividade, com uma qualidade de crédito deteriorando pouco, mas avançando em linhas de maior risco/retorno e um NII refletindo um forte resultado com tesouraria vindo da alta exposição da carteira à Selic. Os resultados mostraram que a tendência de deterioração da qualidade de crédito deve continuar para o 4T e ainda refletir no balanço dos bancos no 1S23, o que reforça uma cautela para bancos com maior exposição ao varejo e com composição de menor renda. (Matheus Amaral, especialista de Bancos e Serviços Financeiros).
Construção
Em período marcado pelo alívio nos custos de construção e melhora do mercado interno, o setor de construção registrou números positivos no 3T22. Com exceção da Tenda, companhia que vive um momento de turnaround, todas as incorporadoras sob cobertura apresentaram crescimento consolidado nos volumes de lançamentos e venda frente o trimestre anterior. Na velocidade de vendas, Eztec e Cyrela surpreenderam positivamente, enquanto a Direcional apresentou desaceleração acima do esperado. Novamente com exceção da Tenda, foi possível verificar o alívio dos custos de construção – principalmente com a queda das commodities – nas margens das companhias, já mais próximas de seus respectivos níveis históricos. Além disso, as construtoras foram beneficiadas pele bom desempenho de suas joint ventures e SPEs, que alavancaram o resultado operacional das companhias. Apesar da maior deterioração observada nas despesas G&A, a baixa alavancagem do setor continuou contribuindo para a baixa pressão nas despesas financeiras, o que sustentou um bottom line majoritariamente positivo. Com forte evolução em todos os indicadores operacionais e robusta recuperação da margem bruta, a Cyrela entregou um sólido resultado no 3T22 e foi o principal destaque do setor na temporada. Gustavo Caetano, especialista em Construção).
Elétricas
Em meio a uma perspectiva positiva de cenário, com um elevado nível consolidado dos reservatórios do SIN, em comparação com os anos anteriores, de forma geral as companhias do setor de utilities apresentaram um desempenho relativamente positivo no 3T22. Tendo em vista que o terceiro trimestre se apresenta como o mais seco do ano em relação a sazonalidade de chuvas, dado o volume de precipitações acima da média registrado ao longo deste ano, uma junção de fatores como o elevado nível de atividade econômico, a redução do despacho térmico, as bandeiras tarifárias verdes de cobrança de energia e a forte queda do CMO possibilitou um quadro operacional favorável para as companhias do setor como um todo. Um de nossos destaques positivos para o setor vai para Energias do Brasil (ENBR3). Com a retomada dos níveis de geração de energia, um dos alívios em seu balanço frente ao 3T21 foi na conta de compra de energia para revenda, gasto que se mostrou relevante durante a crise hídrica. Também com a inauguração comercial de seus novos empreendimentos de transmissão, a companhia obteve uma breve expansão de resultado líquido, mas com avanço nas margens de todas as suas pontas operacionais. As chuvas, porém, não agradam a todos. Com um maior volume de precipitações, se tem uma redução da disponibilidade de recursos que alimentam as operações de geração de energia renovável, penalizando companhias como a Omega Energia (MEGA3), que reportou um volume gerado abaixo do esperado. Com o início do novo ciclo tarifário (2022-2023), as empresas de transmissão também registraram um considerável crescimento linear. Por fim, em Saneamento, uma outra surpresa positiva foi o desempenho de Copasa (CSMG3), que apresentou uma forte evolução a partir de uma gestão mais eficiente de seus custos. (Rafael Winalda, especialista em Utilities).
Frigoríficos
No trimestre, conforme esperado, os resultados do setor de frigoríficos vieram mistos, com balanços ainda resilientes, mas com bottom lines menos amistosos para JBS e Marfrig, enquanto vimos uma performance robusta da Minerva, mas resultados da BRF ainda em processo de recuperação. O cenário doméstico continua desafiador para todas as proteínas, com efeitos negativos da perda do poder de compra da população na aceitabilidade por repasses de preços. Contudo, a demanda externa e interna por carne de frango se manteve favorável, assim auxiliando o resultado da Seara. Para proteína bovina, as exportações e preços ainda robustos receberam destaque no trimestre, amenizado o cenário dos Estados Unidos, no qual, a forte demanda da China, com top lines nutridas, somado ao avanço da disponibilidade de animais para abate no Brasil, proporcionaram margens positivas para os segmentos expostos a região. Para os Estados Unidos, seguindo as perspectivas do mercado, foi visto uma queda da rentabilidade das operações no país, que caminham para sua normalidade histórica, em reflexo a preços inferiores no varejo e avanço da cotação do boi gordo. (Manuela Granja, especialista em Frigoríficos)
Óleo & Gás
A conjuntura do setor segue positiva para as empresas petrolíferas, principalmente para as juniors de O&G, embora a Petrobras siga em seus níveis mais altos de entrega. Devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que vem limitando a oferta da commodity nos mercados internacionais, temos visto o preço do petróleo oscilar entre os US$ 90 e US$ 100 o brent, favorecendo as receitas no setor. Além disso, a demanda ainda resiliente por derivados contribui para maior importação e consumo dos produtos. Estes fatores e o bom desempenho operacional fizeram com que a Petrobras entregasse mais de US$ 17 bi em EBITDA no 3T22. Para as outras empresas que cobrimos, tanto Prio, 3R e PetroReconcavo seguiram avançando em termos de resultados, principalmente no que tange volume, sendo a Prio o principal destaque positivo, em nossa opinião, do 3T22, o qual além de beneficiado pelos altos preços da commodity, foi também impulsionado por queda nos custos de extração e produção recorde, levando a um EBITDA também recorde de US$ 285 mm (+160% a/a). (Rafael Winalda, especialista em Óleo e Gás).
Papel & Celulose
Os resultados das companhias de Papel e Celulose surpreenderam positivamente beneficiados por preços mais elevados da celulose nos mercados internacionais, em praticamente todas as geografias, resultante de uma demanda ainda resiliente e oportunidade de entrada em novos mercados em razão das restrições de alguns produtores no hemisfério norte. Além disso, o mercado interno mostrou-se aquecido e a demanda por caixa de papelão impulsionou as vendas domésticas, que também viu volumes de papel para embalagens aumentar. Os custos pesaram mais uma vez, mas não o suficiente para limitar o avanço das margens e, no geral, as companhias mostraram forte desempenho operacional, com ganhos de margens e lucros crescentes. Destaque para a Klabin com EBITDA recorde no trimestre e a Suzano que reportou números quase 10% acima das nossas expectativas (Gabriela Joubert, especialista de Papel e Celulose).
Saúde
Assim como esperávamos, de forma geral o setor de saúde apresentou altos níveis de faturamento no 3T22, impulsionados tanto por volume quanto por aumento de ticket. Entretanto, os custos e despesas também tiveram um aumento relevante em todos os segmentos, impactados pelo aumento do preço dos insumos, aluguéis e pessoal em toda a cadeia. Outro ponto que merece destaque é o maior gasto com despesas financeiras, que continua prejudicando a lucratividade e pressionando as margens, sobretudo das empresas mais alavancadas. Como destaque do trimestre, escolhemos novamente a Hypera. A companhia tem reportado resultados muito robustos ao longo do ano, refletindo o alto crescimento orgânico do sell-oute os ganhos de sinergia dos portfólios adquiridos recentemente. Além disso, destacamos o aumento da relevância das vendas para o mercado institucional e os investimentos em P&D, que tem se mostrado bastante eficazes. As perspectivas para a Hypera são boas, com o maior ponto de atenção sendo o tamanho da dívida (2,5x DL/EBITDA 2022e). Ressaltamos que isso já foi endereçado pelo management ao destacarem que o principal foco da companhia para os próximos trimestres é a redução da alavancagem por meio de geração de caixa operacional, que por sua vez alcançou o recorde de R$ 678 mm no 3T22 (+25,5% a/a). (Breno de Paula, especialista de Saúde).
Seguradoras
Os resultados das seguradoras reafirmaram nossas expectativas mistas para as companhias, que atuam em segmentos distintos. No bancassurance, a BB Seguridade seguiu com fortes resultados e sendo destaque no setor, beneficiada pela redução da sinistralidade no ramo rural e da normalização no segmento de cobertura pessoal, apresentando no 3T mais um resultado forte e com boa rentabilidade. Ainda vimos desafios em termos operacionais na Brasilprev, mas ainda assim a subsidiária mostrou bom controle na volatilidade do seu resultado financeiro, que mesmo negativo, foi melhor que os últimos trimestres. Na Porto Seguro vimos um bom movimento de evolução dos prêmios emitidos, impactos por reajustes de apólices para fazer frente à elevada sinistralidade. Vimos sinais de inflexão e de melhora nos próximos resultados à medida que a reprecificação do portfólio vá compensando o alto custo com sinistros no ramo automotivo. Já na Sulamérica seu resultado continua pressionado pela elevada sinistralidade, que segue pressionando o setor de saúde com o aumento de procedimentos eletivos, já em maior nível que o período pré-pandemia. Na resseguradora IRB, mais um prejuízo que coloca sua situação de capital ainda sensível, a companhia ainda viu impactos da sinistralidade no ramo rural, redução nos prêmios emitidos no Brasil e Exterior e aumento dos custos de retrocessão. Os próximos resultados da resseguradora dependem de uma melhoria da sinistralidade no cenário rural, o que pode ocorrer, mas ainda deixam a companhia com pouca margem para erro ou maiores custos e provisões com demais segmentos e contratos não rentáveis. (Matheus Amaral, especialista de Bancos e Serviços Financeiros).
Shoppings
No 3T22, as companhias divulgaram leve desaceleração nas vendas por m2 em relação ao 2T22, porém com bons resultados em suas principais linhas de receitas, puxadas pelo maior repasse nos aluguéis, concomitante a uma recuperação nas receitas de estacionamentos. Ademais, as companhias demonstraram resiliência nos demais indicadores operacionais, como uma taxa de ocupação estável junto de inadimplência controlada. Vale destacar que já́ podemos observar um nível elevado nas vendas totais de outubro, correspondendo a uma boa sinalização para o resultado do 4T22. Além disso, observamos uma forte movimentação no ABL da Aliansce Sonae e brMalls, advinda da futura fusão das companhias. Por fim, entendemos que o destaque da temporada foi a Multiplan que apresentou um robusto resultado em suas vendas, sendo assim, possível entregar tanto um top line como um bottom line resilientes. (Gustavo Caetano, especialista em Shoppings).
Siderurgia & Mineração
Os resultados das empresas de siderurgia e mineração apresentaram desempenho fraco no trimestre, com todas as empresas reportando um resultado abaixo das expectativas, em reflexo ao cenário de demanda enfraquecida, preços mais baixos, além de custos ainda elevados, o que comprometeu as margens das companhias do setor. Na mineração, o cenário incerto na China tem comprometido a demanda pelas commodities metálicas, principalmente minério de ferro e níquel, o que pressionou os preços, levando a receitas inferiores. Os custos também pesaram e a margem EBITDA mostrou comportamento aquém do potencial. Na siderurgia, as empresas viram a demanda no mercado interno amenizar, enquanto as exportações sentiram os impactos de um mundo em desaceleração. Os preços, apesar da queda das commodities nos mercados internacionais, mantiveram-se resilientes, mas os custos de insumos tiveram grande impacto nos balanços fazendo com que as margens viessem abaixo do esperado. Destaque positivo ficou por conta apenas de Gerdau (GGBR4) que com sua ampla presença em diferentes mercados e diversidade de produtos pôde mitigar os efeitos negativos do trimestre e apresentar mais um resultado sólido e resiliente. (Gabriela Joubert, especialista de Siderurgia e Mineração).
Tecnologia
Dando sequência aos bons resultados ao longo do ano, Sinqia e Totvs trouxeram números positivos para o 3T22, com margens robustas no caso da Totvs e firmeza surpreendente no caso da Sinqia. O crescimento da carteira de clientes de maneira orgânica e inorgânica das empresas trouxe avanços nas receitas líquidas, Sinqia apresentou R$ 159,5 milhões (+73,3 a/a, +5,1% t/t e +0,9% R/E) enquanto a Totvs trouxe receitas bilionárias pelo segundo trimestre seguido, com R$ 1.047,5 milhões (+26,3% a/a, +8,4% t/t e –2,8% R/E). No caso da Sinqia fomos impressionados com a consistência dos resultados, apesar das despesas ligadas à integração das operações das adquiridas neste trimestre. A empresa apresentou um EBITDA Ajustado de R$ 40,8 mm (+145,7% a/a, +18,9% t/t e +35,7% R/E). Acompanhando a Totvs, observamos com bons olhos a manutenção da recorrência de receita com taxas de renovação de contrato perto dos 98,4% este 3T enquanto a integração das companhias adquiridas soma à base de clientes e ao portfólio da companhia. No trimestre, a empresa apresentou um EBITDA Ajustado de R$ 258,4 mm (+34,6% a/a e +12,7% t/t). (Matheus Amaral, especialista em Tecnologia).
Transporte & Logística
No terceiro trimestre de 2022, as companhias de transporte seguiram se beneficiando de uma aquecida demanda no top line. Entretanto, divergiram em termos de margens operacionais e o impacto negativo do ciclo de juros foi denominador comum a atingir a última linha do resultado. Mais especificamente, em logística, os segmentos de Asset Heavy e Asset Light apresentaram forte desempenho, com o segundo se beneficiando da retomada do setor Automotivo. Já as locadoras veículos continuaram performando bem, com o RAC e GTF entregando expansão de volume e ticket médio. Todavia, o processo de renovação da frota somada a normalização do mercado de automóveis seguiu reduzindo a margem de Seminovos e elevando as despesas com depreciação. Vale lembrar que esse é um processo esperado, advindo da convergência da rentabilidade do negócio para os níveis recorrentes. (Diego Bellico, especialista em Transporte e Logística).
Varejo & Consumo
No varejo alimentar, apesar da deflação, os preços seguem altos. A capacidade de repasse das empresas foi expressiva e as receitas, sobretudo no formato de atacarejo, foram sólidas. Ademais, os planos de expansão seguiram em ritmo forte, com novas aberturas que afetaram as despesas operacionais nas linhas de pessoal e aluguéis. A geração de caixa operacional continua robusta. No segmento de vestuário, o resultado veio pressionado. O 2T22 foi muito forte, com frio “antecipado” e datas comemorativas. Esse movimento, abasteceu o consumidor, que não foi as compras com a mesma força no 3T22. Por fim, o ecommerce performou abaixo do esperado. O crescente fluxo em lojas não foi suficiente para garantir faturamento. Ademais, o desempenho do online segue em queda, sendo minimizado por itens de cauda longa, fugindo do core das companhias. Houve queima de caixa e acentuado prejuízo financeiro, decorrente do maior nível de endividamento e Selic elevada. Nossa preferida, mais uma vez, é o Assaí. Com fome de sucesso, a companhia apresentou ganhos de receita e market share ante uma base comparativa muito forte, além de excelente controle de custos e despesas, tendo em vista a expansão da companhia. (Breno de Paula, especialista de Varejo e Consumo).