4 motivos do porquê você deve ter inflação em carteira.
Neste relatório, apresentamos quatro motivos para o investidor ter inflação em carteira. Em resumo, historicamente, é um ativo com melhor desempenho dentre as demais opções, tende a trazer uma boa composição ao portfolio, está em um ponto de entrada interessante e mantém uma correlação inversa ao Ibovespa, funcionando como uma proteção.
1) Inflação elevada!
O primeiro motivo se pauta no histórico de inflação elevada no Brasil. Quando observamos os dados desde 2000, a média do IPCA 12 meses é superior a 6%, sendo bem volátil e com poucos registros de reportagens negativas. Os motivos que explicam tais números são diversos, como a estagnação da produtividade brasileira, tamanho da carga tributária ante ao PIB, as diversas crises econômicas vivenciadas, choques externos, entre outros.
Embora as expectativas para o longo prazo sejam mais baixas, entre 3% e 4% (comparando meta e expectativas do mercado), tais números têm o poder de corroer drasticamente o poder de compra ao longo do tempo, ou seja, R$ 1.000 hoje não equivalem ao mesmo montante 10 anos atras.
2) Retorno interessante!
Geralmente, os investimentos atrelados à inflação incluem o pagamento de uma taxa predeterminada, também chamado de retorno real, prêmio, entre outros. Em parte explicado pelo tópico anterior em razão da inflação ser elevada no Brasil, e em parte explicado por esses prêmios também serem elevados no Brasil, o retorno desses ativos torna-se bastante interessante ao longo do tempo.
Os investimentos nesta linha mais famosos são as NTN-Bs (ou IPCA+), que são os títulos do governo que pagam IPCA mais um prêmio. O índice de referência do mercado que mede a rentabilidade das NTN-Bs é o IMA-B, que em várias janelas de tempo é o índice que melhor performa, justificando mais uma vez a importância de se ter esta classe de ativos em carteira. No ano, o ativo entrega uma performance próxima a 13%, desde 2018 a valorização é superior a 70%.
3) Momento de mercado!
Uma estratégia interessante de comprar títulos de renda fixa é quando os prêmios estão caindo. O preço de compra destes investimentos varia inversamente aos prêmios, isto é, quando a taxa cai, o preço dos títulos sobe, sendo o contrário também verdade, quando o retorno dos títulos sobe o preço dos títulos cai.
Com esse conceito em mente, observe que nos gráficos a seguir os prêmios das NTN- Bs tem caído e ainda estão bem acima da média histórica, bem como estão acima do que o Bacen entende que é o prêmio neutro no Brasil, 4,5%.
Considere então um cenário base, no qual os juros tenham uma queda de 0,5 p.p. Ao comprar uma NTN-B hoje e vende-la ao final de 2026, daqui a três anos, recebido então todos os seis cupons do período, o investimento poderia ter um retorno de aproximadamente 28% em termos reais (acima da inflação). Em um cenário mais otimista, com uma queda de 1 p.p., o retorno poderia ser de 33%, enquanto no pessimista, com juros estáveis, poderíamos ver algo próximo a 22%. A tabela a seguir mostra retornos para um investimento de R$ 100 mil.
4) Diversificação!
Além da função de proteção da carteira, inflação também incrementa a diversificação do portfolio. Observando janelas longas de 20 anos, a correlação entre IPCA e o Ibovespa é próximo a -0,4, o que implica em movimentos opostos, sendo benéfico.
Assim, concluímos que inflação é um ativo importante, que o investidor deve ter uma parcela importante em carteira, mas sempre respeitando seu perfil. Em nosso último Inter Strategy recomendamos as seguintes proporções para cada perfil: