Crescimento de receita e leve contração de margem
A Panvel apresentou bom resultado no 1T22, em linha com as nossas expectativas. A companhia divulgou aumento de vendas, impulsionado pela consistência do canal digital somada a força das lojas físicas. O market share alcançou 11,6% na região Sul (+0,1 p.p. vs. 1T21 e -0,4 p.p. vs. 4T21). O foco estratégico no digital possibilitou resultados expressivos nas vendas do atacado e varejo, bem como o aumento da relevância da marca própria, de maior margem, em relação à receita total. Acreditamos que a companhia continua dominante na região Sul e esperamos sequência ao guidance de abertura de novas lojas (65 em 2022). Além disso, o reajuste de medicamentos de 10,9% deve amenizar a pressão inflacionária na margem bruta nos próximos trimestres. Reforçamos nossa recomendação de compra para PNVL3 com preço-alvo de R$ 21,00/ação.
A receita líquida reportada no 1T22 foi de R$ 902 mm (+19,8% vs. 1T21 e +1,5% vs. Inter Research). A Panvel encerrou o trimestre com um crescimento de vendas nas mesmas lojas (SSS) de 11,8% a/a e crescimento de SSS em lojas maduras (MSSS) de 10,3% a/a. Em nossa visão, essa evolução é robusta, confirmada pelo crescimento da venda média por loja de 5,5% em comparação com o 1T21 (alcançando R$ 538 mil/mês).
Destacamos a relevância dos medicamentos no mix de produtos. O crescimento nominal de 20,5% a/a é explicado em partes pelas parcerias que a empresa tem feito com operadoras de saúde e empresas, que oferecerem benefícios para seus colaboradores (B2B2C), contribuindo para o crescimento da venda de Medicamentos Especiais (+63,0% a/a). A marca própria, que é mais rentável para a companhia, cresceu 14,6% a/a, mas perdeu participação nas vendas do varejo (7,7% no 1T22 vs. 8,1% no 1T21). Esperamos que este ritmo de crescimento de receita se estenda para os próximos trimestres, fruto da concretização do plano de abertura de lojas e reajuste de medicamentos de 10,9% que entrou em vigor em abril.
A companhia apresentou lucro bruto de R$ 275 mm (+18,2% a/a), em linha com nossas expectativas, com margem bruta consolidada de 30,6% (-0,4 p.p. vs. 1T21 e -0,2 p.p. vs. Inter Research), pressionada principalmente pela evolução dos medicamentos especiais (que possuem ticket alto, mas margem baixa) e queda da venda de produtos relacionados à Covid-19. O EBITDA do trimestre foi de R$ 39 mm (+11,5% vs. 1T21 e +8,7% vs. Inter Research) com margem de 4,4% (-0,3 p.p. vs 1T21 e +0,3 p.p. vs. Inter Research). Já o lucro líquido registrado no trimestre foi de R$ 21 mm (+1,6% a/a), 35,2% acima de nossas projeções, favorecido por um crédito tributário de R$ 6 mm, que culminou em margem líquida de 2,3% (-0,4 p.p. vs 1T21 e +0,6 p.p. vs. Inter Research).
No 4T21, a empresa apresentou consumo de caixa operacional de R$ 59 mm (frente à -R$ 96 mm no 1T21) e fluxo de caixa livre também negativo de R$ 111 mm (vs. -R$ 124 mm no 1T21). Vale destacar que o primeiro trimestre é caracterizado por um efeito sazonal de aumento dos estoques na pré alta de preços, que impacta o ciclo de caixa da companhia. A dívida líquida da Panvel encerrou o trimestre em R$ 44 mm, com relação dívida líquida/EBITDA UDM de 0,3x, que em nossa visão, oferece suporte para a continuidade do seu plano de expansão.