Macroeconomia


Panorama S&P 500

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Rafaela Vitória

Publicado 20/abr3 min de leitura

O S&P500 é um dos principais benchmarks de renda variável usados no mercado internacional. O índice mede a variação de preços das ações das 500 maiores empresas listadas nos EUA, mas cerca de 30% dos negócios dessas empresas são fora dos país, ou seja, inclui uma composição global significativa. O market cap do índice é de aproximadamente $42 trilhões e a maior empresa é a Apple, com valor de mercado de US$2,7 trilhões, ou cerca de 6% do índice.

O índice com as 500 maiores empresas foi criado em 1957 e nos últimos 30 anos o retorno médio anual foi de cerca de 9%, o que, quando excluímos a taxa livre de risco de 3%, nos dá um premio de risco histórico de aproximadamente 6% em USD.

Nos últimos anos, o S&P teve retornos significativos. 27% em 2021, 16% em 2020 e 29% em 2019. O ambiente de juros baixos, estímulos monetários e fiscais favoreceram o desempenho das ações no período. Mas investimentos em ações sempre implica em volatilidade, mesmo em um país desenvolvido e em empresas de grande porte, as chamadas large caps. Aliás, a volatilidade do S&P é bastante monitorada pelo mercado, inclusive através de índice próprio, o VIX, que tem uma média de 19, mas em momentos de crise, pode ultrapassar 30. O pico histórico de volatilidade do S&P500 foi a crise da pandemia em março de 2020, quando chegou a 82.

Apesar do retorno histórico positivo, o S&P pode ter anos de queda, a maior delas foi em 2008, -38%, e levou 5 anos para retomar o patamar anterior. Em 2022, até o momento, tem sido um desses anos de retorno negativo. O S&P acumula queda de 6% no ano, puxado principalmente pelas ações de tecnologia e consumo. Apesar da expectativa de crescimento de 14% nos lucros das empresas em 2022, segundo o consenso de analistas, a inflação alta e a consequente expectativa de elevação dos juros pelo Fed têm elevado o custo de capital das empresas, além da incerteza também impactar a projeção de crescimento dos lucros nos próximos anos, e por isso, as ações têm queda nesse cenário.

Outra característica do S&P no atual patamar é seu múltiplo P/E (preço dividido pelo lucro) de 23x, ainda um pouco acima da média de 20x dos últimos 30 anos. Mas olhando a expectativa de lucro a frente, o P/E estaria em 19x, em linha com o histórico. Já o dividendo está em 1,4% nos últimos 12 meses, abaixo da média histórica de 1,9%.

O S&P é bastante diversificado entre setores, mas TI vem ganhando maior participação nos últimos anos, enquanto os setores financeiros e energia (óleo e gas) foram os que mais perderam participação na bolsa. Assim como na economia americana, na bolsa, os setores ligados a serviços apresentam a maior participação

As maiores empresas do S&P500 também são empresas do setor de tecnologia e consumo. Entre as maiores, 5 delas já ultrapassaram o valor de mercado de US$1 trilhão, são elas: Tesla, Amazon, Google, Microsoft e Apple.

Investir em ações fora do Brasil tem o benefício de agregar uma maior diversificação à carteira. Apesar da elevada correlação com o Ibovespa, o S&P é bastante descorrelacionado com outros ativos no Brasil, como a renda fixa, e sua inclusão no portfolio de investimentos permite a redução do risco agregado e adição de retorno no longo prazo, considerando o retorno esperado de cerca de 9% ao ano em USD.

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