Macroeconomia


Omega Energia | Resultado 2T22

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Rafael Winalda

Publicado 16/ago5 min de leitura

Desligaram o ventilador

A Omega apresentou um desempenho operacional em linha com nossas expectativas para o 2T22, onde esperávamos números operacionais abaixo do potencial de seus ativos. Grande parte de seus parques eólicos estão localizados na região nordeste, que tem sofrido com baixa disponibilidade de ventos, onde eventos climáticos, não recorrentes, tem impactado na produção. Entretanto, mesmo com um uma geração abaixo do esperado, a companhia reportou um EBITDA de R$ 180 mm (+29% a/a). Excluindo fatores não recorrentes, o EBITDA foi de R$ 146 mm, +3% das nossas projeções. Ao longo do trimestre foram anunciados uma série de novos empreendimentos, incluindo o início da implantação de Goodnight 1, o seu primeiro complexo eólico localizado nos EUA, que pode se tornar um grande veículo de crescimento no mercado internacional.

Todavia, o segundo semestre tem uma disponibilidade maior de ventos, o que deve alavancar o resultado operacional ao longo deste ano, nos fazendo manter nossa recomendação de Compra para MEGA3, com preço alvo de R$ 15/ação para o fim de 2022.

Comentário ESG. Neste trimestre, a Omega publicou o seu Relatório de Sustentabilidade, reforçando o seu programa de metas para o ano. Entre eles, encontramos: (i) aumentar o impacto de seu projeto social “Janela para o Mundo”, que visa o impacto social por meio da educação; (ii) a implementação do projeto “Sementes do Delta”, que tem como objetivo a recuperação de 30 hectares de vegetação nativa e (iii) a expansão de seu portfólio sustentável.

Menor incidência de recursos no período. O volume total de energia gerado pela companhia foi de 1.267 GWh, 297 GWh abaixo da meta da companhia, e 16% inferior ao 2T21, decorrente da menor incidência de ventos no período. Além disso, também foi realizada uma pausa operacional de 31 dias em Assuruá 3, para estabelecer a realização da conexão do grid de Assuruá 4. Pausas em Assuruá 1 e 2 também foram constadas, voltadas para realização de manutenção corretiva.

Receita líquida. A Omega reportou uma receita líquida no valor de R$ 514 mm (+30% a/a). Dada a sua performance operacional abaixo do esperado, em razão da menor disponibilidade de ventos e por causa de uma cláusula contratual, a companhia recebeu uma indenização dos antigos donos pela performance dos ativos Delta 5 e Delta 6, que incrementou o seu lucro bruto de energia em R$ 35 mm. Extraindo R$ 258 mm de compras de energia no período (+84% a/a), o saldo de lucro bruto de energia da companhia foi de R$ 291 mm (+14% a/a).

Resultados operacionais. O total de custos e despesas ajustados reportado foi de R$ 215 mm, (+8% a/a), mas em linha com as nossas expectativas, dada as recentes expansões da companhia. Sendo assim, o EBITDA apresentado pela controladora foi de R$ 180 mm (+29% a/a). Incluindo o EBITDA da Plataforma de Energia incorporada após a combinação dos negócios da Omega Geração, juntamente com subsidiarias, o EBITDA ajustado da companhia foi de R$ 244 mm, (+35% a/a). Extraindo os efeitos não recorrentes do resultado, bem como as subsidiarias, a companhia reportou um EBITDA de R$ 145 mm (+3,5% a/a e +3% vs Inter Research). Entretanto, houve um prejuízo líquido de R$ 93 mm (-42% a/a e -16% vs Inter Research), explicado pela baixa performance de produção e aumento das despesas financeiras.

Resultado Financeiro, endividamento e investimentos. O resultado financeiro líquido foi de R$ 197 mm (-1% t/t e +6% a/a). Tal expansão é explicada pelo aumento dos indexadores, juros e inflação, bem como crescimento da dívida. A empresa acabou financiado parte de seus investimentos como novas emissões, onde totalizou uma dívida líquida ajustada de R$ 6,4 bi (+13% a/a). As principais emissões foram de R$ 650 mm através de sua subsidiária de Desenvolvimento, com destinação dos recursos para investimentos em Assuruá 4 e 5, além da emissão de US$ 183 mm, voltados para o novo projeto localizado no Texas, Goodnight 1, onde agora a empresa detém cerca de 3% em divida em dólar. Desta forma, a Omega atingiu um indicador de Dívida Líquida Ajustada / EBITDA de 3,5x, tendo sido de 2,9x no 2T21.


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