Macroeconomia


Ômega Energia | Resultado 1T22

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Rafael Winalda

Publicado 04/mai

Novos empreendimentos penalizam margens operacionais.

A Ômega Energia apresentou um desempenho ligeiramente negativo para o primeiro trimestre do ano.

Através de suas novas expansões e de um cenário climático que proporcionou um 1T22 mais seco do que o esperado, a companhia conseguiu apresentar uma produção de energia acima do esperado pelo seu guidance em 11%. Entretanto, um aumento significativo nos custos e despesas da empresa, decorrentes principalmente destas novas expansões, resultou em uma retração de 2% a/a de seu EBITDA ajustado, porém com deterioração de 8 p.p. em sua margem. Mesmo apresentando um melhor desempenho financeiro, com uma variação negativa de 9% em seu prejuízo financeiro líquido, que totalizou -R$ 160 mm, a Ômega ainda teve um prejuízo líquido de -R$ 95 mm, contra -R$ 93 mm do mesmo período do ano anterior. Atribuímos essa perda de margem aos seus novos projetos de expansão, levando em conta que assim que eles apresentarem maior grau de maturidade, podem trazer significativos ganhos operacionais para a companhia. Desta forma, reiteramos nossa recomendação de Compra para MEGA3, com preço alvo de R$ 15/ação para o fim de 2022.

Comentário ESG. A companhia anunciou, juntamente com os seus resultados a atualização de seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que incluem diversas alternativas como i) o Projeto “Sementes do Delta”, que tem como objetivo a recuperação de 30 hectares de vegetação nativa ao redor do empreendimento e ii) aumentar o impacto de seu projeto social “Janela para o Mundo”, que visa o impacto social por meio da educação.

Volume gerado de energia tem desempenho acima do esperado. A companhia registrou uma quantidade produzida de 1.523,8 GWh, valor que representa uma retração de 2% em comparação com o 1T21. A produção veio 11% acima do guidance divulgado pela companhia, principalmente devido à um atraso no começo da estação chuvosa no Nordeste, ocasionando um primeiro trimestre mais seco, e com ventos mais fortes. Forte destaque operacional para o empreendimento Delta. O preço médio de energia do período foi de R$ 232,7 MW/h, aproximadamente 3% abaixo do esperado, e 7% acima do preço do 1T21.

Receita líquida cresce, mas desempenho é mediano. Principalmente em decorrência da incorporação de sua geradora, no primeiro trimestre do ano houve o registro de uma expansão da receita líquida da companhia em 44% a/a, em um montante de R$ 534 mm. Tal incorporação também contribuiu para uma variação positiva na compra de energia, que registrou -R$ 248 mm, contra -R$ 92 mm do 1T21. A aquisição concluída no final do ano de 22% de Santa Vitória do Palmar impulsionou o lucro bruto (receita líquida – compra de energia) de energia da companhia para uma variação de 10% frente ao 1T21, totalizando R$ 350 mm.

Resultados operacionais levemente abaixo. A companhia apresentou ao final do 1T22, um EBITDA que totalizou R$ 179 mm, representando uma variação negativa de 8% contra o mesmo período do ano anterior. Porém, incluindo ajustes relacionados às suas subsidiárias, como a inclusão dos direitos obtidos pela companhia após a incorporação de Assuruá, realizada em março, essa variação reduz para negativos 2%, totalizando R$ 232 mm. Tal variação negativa é justificada principalmente pelo aumento nos custos e despesas administrativas relacionadas à aquisição de Santa Vitória do Palmar, custos adicionais de manutenção no Delta e aumentos nos custos operacionais de Chuí. Desta forma, a companhia registrou um resultado líquido de -R$ 95 mm, 2% superior ao prejuízo líquido do 1T21, em R$ 93 mm.

Resultado Financeiro. A Ômega optou por aumentar, ao longo do trimestre, a sua posição de caixa financeiro médio, que através dos juros de suas aplicações, resultou em um saldo de suas receitas financeiras de R$ 27mm, conta que ao final do 1T21 somava um montante de R$ 5,2 mm. Com baixa variação em suas despesas financeiras causadas por juros de empréstimos e variação cambial, o resultado financeiro líquido da companhia apresentou uma recuperação, saindo de -R$ 176 mm no 1T21, para -R$ 160 mm no 1T22.

Endividamento. Por meio da amortização de R$ 103 mm do principal de sua dívida, a Ômega realizou uma nova emissão de notas promissórias do seu braço de desenvolvimento, em conjunto com um empréstimo adicional indexado em CDB para o empreendimento de Assuruá 4, no valor de R$ 108 mm, que juntos amenizaram o aumento de sua dívida líquida, conta que variou em 3%, na comparação a/a, registrando um valor de R$ 4,7 bi. Desta forma, o nível do indicador de Dívida Líquida / EBITDA da companhia, ao final do trimestre, registrou um valor de 2,9x.

Fonte: Inter Research e Companhia

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