Macroeconomia


O Mercado na Semana

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André Valério

Publicado 09/ago1 min de leitura

O Mercado na Semana

Os mercados foram dominados pelo pânico no início da semana, mas esse sentimento acabou se dissipando e as bolsas se recuperaram. No Brasil, a semana foi marcada pela divulgação de balanços das empresas, com destaque negativo para primeiro prejuízo da Petrobras desde 2020, mas no geral as empresas apresentaram resultados acima do esperado, levando o Ibovespa a crescer 3,8% na semana. Já o S&P terminou estável, apenas recuperando a forte perda do início da semana. O dólar por sua vez fechou com queda de 4% com uma recuperação do apetite ao risco por parte do investidor estrangeiro.

Brasil

Nessa semana foi divulgada a ata do Copom, que veio com um tom mais hawkish, reafirmando a necessidade de maior cautela devido ao cenário desafiador e reforçando que não hesitará em elevar a taxa de juros caso necessário, apesar de não ter alterado seu cenário base. Além disso, também foi mais firme quanto ao crescimento dos gastos públicos, dando um sinal claro para a política fiscal expansionista se contrapõe à política monetária contracionista. O IPCA de julho não veio muito favorável, com alta de 0,38%, acima do esperado pelo mercado. O acumulado em 12 meses acelerou para 4,50% e houve uma piora na inflação de serviços, o que representa uma preocupação quanto ao processo de desinflação e deve manter a conduta cautelosa do BC. Dados de produção de veículos divulgados essa semana mostraram alta de 16% em julho, dando continuidade à resistência da atividade no país. A elevada demanda interna inclusive levou a um aumento de importações, que levaram a uma desaceleração do superávit da balança comercial em 12 meses. O resultado de julho foi de US$ 7,6 bilhões, abaixo do esperado pelo mercado, impactado também pela queda do preço de commodities e alta do dólar. Ainda assim, mantemos nossa expectativa de Selic a 10,50% por um tempo, condicionada a uma melhora no cenário externo que possibilite uma folga no câmbio, além dos próximos dados de inflação não seguirem em tendência de reaceleração.

Internacional

A semana começou intensa no cenário internacional, com o mercado se reposicionando após os dados de emprego dos EUA terem aumentado a possibilidade de uma recessão na economia norte-americana e o BC do Japão ter elevado a taxa de juros por lá. Com o diferencial de juros mais restrito entre os dois países, as correções no mercado levaram a uma forte apreciação do yen e uma queda brusca do Nikkei e das bolsas americanas. (Explicamos esse cenário nesse relatório). Na China, a inflação em julho ficou acima das expectativas e a balança comercial veio sem surpresas.

Próxima Semana

Na próxima semana as atenções estarão voltadas à divulgação da inflação americana referente ao mês de julho, a ser divulgada na quarta-feira. Além do dado de inflação, também serão divulgados os dados de atividade da economia americana. Aqui no Brasil serão divulgados o restante dos dados de atividade, com volume de serviços na terça, venda no varejo na quarta e o IBC-Br de junho na sexta. Finalmente, a China divulgará seus dados de atividade econômica na quarta-feira.


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