Macroeconomia


O Mercado na Semana

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André Valério

Publicado 02/ago1 min de leitura

O Mercado na Semana

A bolsa brasileira caiu 1,3% na semana, acompanhando o mau humor global. O S&P sofreu perda de 2,1% com temor de recessão americana. Já o dólar alcançou o maior valor desde 2021 essa semana e encerrou com alta de 1,1%.

Brasil

Em linha com a expectativa, o Copom manteve a Selic em 10,50% pela segunda reunião consecutiva, mantendo o tom de cautela no comunicado e acrescentando um fator no balanço de riscos referente a desvalorização cambial. A avaliação do impacto da política fiscal permanece fora do balanço de riscos, mas o Copom ainda ressalta a necessidade do compromisso com a sustentabilidade da dívida pública, que tem deteriorado mesmo com melhora na arrecadação, reflexo do maior crescimento dos gastos. Os próximos passos da política monetária vão depender da evolução do cenário, principalmente a reancoragem das expectativas de inflação. A projeção do BC para a inflação subiu tanto para 2024 quanto para 2025, reforçando a necessidade da manutenção da taxa no atual patamar restritivo por mais tempo. O mercado de trabalho continua aquecido, com taxa de desocupação em 6,9%, menor patamar desde 2014, e forte criação de emprego formal, o que vem contribuindo para resiliência da atividade, que também segue no radar do Banco Central. A produção Industrial surpreendeu com alta de 4,1% em junho e acumula crescimento de 2,6% no primeiro semestre do ano.

Internacional

Nos EUA, o Fed também manteve a taxa de juros inalterada, sem fornecer sinal explícito de corte em setembro. Entretanto, o comunicado apresentou algumas mudanças, sinalizando que o Fed está mais confortável do que antes com os dados do mercado de trabalho e inflação. Na coletiva de imprensa, inclusive, Powell disse que houve discussão entre os membros do comitê sobre um corte de juros e deu a entender que, mantida a tendência atual do cenário, o FOMC irá iniciar o ciclo de cortes na próxima reunião, em setembro. Os dados de atividade essa semana vieram fracos e o mercado de trabalhou mostrou nova desaceleração, com criação de vagas bem abaixo do esperado e aumento da taxa de desemprego para 4,3%, além de salários mais fracos, o que contribui para o início do corte mas acabou gerando preocupações quanto a uma possível recessão americana, abalando negativamente o mercado.

Próxima Semana

Na próxima semana teremos dados de inflação com IPCA e IGP-DI de julho, além de balança comercial, PMI e produção de veículos. Também será divulgada a ata do Copom referente a decisão de política monetária dessa semana. Lá fora teremos PMIs globais e balança comercial e inflação na China.


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