Macroeconomia


O Mercado na Semana

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André Valério

Publicado 12/jul1 min de leitura

O Mercado na Semana

A bolsa brasileira sobe 2,1% na semana, e acumula ganhos de 4% no mês de julho, refletindo o ambiente menos incerto da economia brasileira. O S&P, por sua vez, ficou relativamente estável, avançando 0,86% na semana. Já o dólar teve queda de 0,55%, refletindo os bons resultados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.

Brasil

O destaque da semana foi a divulgação do IPCA de junho, que registrou variação bem abaixo do esperado, desacelerando para 0,21% ante expectativa de alta de 0,30%. Com o resultado, a inflação acumula alta de 4,23% nos últimos 12 meses, acima dos 3,93% observados em maio. Entretanto, esse avanço se dá pelo efeito base, uma vez que a inflação em junho de 2023 havia sido de -0,08%. De modo geral, o resultado do IPCA foi bastante positivo tanto do ponto de vista quantitativo e qualitativo e contribuiu para a reversão das apostas de alta nos juros que o mercado já precificava devido à elevada incerteza dos últimos meses. Nessa semana também tivemos a consolidação dos dados de atividade referentes ao mês de maio. O varejo surpreendeu positivamente com alta de 1,2%, alcançando o maior nível da série histórica. No ano, o varejo surpreende, registrando altas em todos os meses pesquisados até o momento e acumulando crescimento de 5,6% no período. Enquanto isso, o setor de serviços ficou estável em maio, resultado melhor que o esperado, sugerindo que a atividade econômica em maio foi pouco impactada pelas enchentes do Rio Grande do Sul.

Internacional

No âmbito internacional, as atenções estavam voltadas à divulgação do dado de inflação de junho da economia americana. Com variação negativa de 0,1%, o dado surpreendeu e manteve a tendência de desinflação observada nos últimos meses. O resultado de junho foi amplamente positivo e aumenta a probabilidade de corte nos juros americanos. As três últimas leituras do CPI vieram na direção desejada pelo Fed, o que, somado aos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, têm feito o FOMC reavaliar seu balanço de riscos, como mencionado por Powell em seu depoimento ao Congresso americano nessa semana. Sendo assim, mantemos nosso cenário de início do ciclo de cortes na reunião de setembro, com uma pausa em novembro e outro corte em dezembro. Esperamos que na reunião ao fim desse mês o comitê estabeleça as fundações para iniciar o ciclo de cortes.

Próxima Semana

Na próxima semana a agenda está relativamente vazia no Brasil, com as atenções voltadas aos dados de atividade americana, com a divulgação das vendas no varejo na terça e da produção industrial na quarta-feira. Além disso, o mercado acompanhará de perto as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, na terça-feira, suas primeiras declarações após o bom resultado de inflação de junho.


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