Macroeconomia


O Mercado na Semana

1FE74EB4-3BA2-4326-8616-33FEB07ED31F_1_201_a - cópia

André Valério

Publicado 28/jun1 min de leitura

O Mercado na Semana

A bolsa brasileira terminou a semana no campo positivo, subindo 2,11%, o que ajudou a recuperar as perdas do mês. OS&PA fechou em leve queda na semana, - 0,08%, após bater recordes no primeiro semestre do ano. Já o dólar segue disparando e chega a bater R$5,59, alta de 3,9% na semana.

Brasil

Última semana do mês foi cheia de divulgações. As transações correntes tiveram resultado abaixo do esperado devido ao recuo no saldo comercial. A importação de criptoativos mantém tendência de alta, impactando o resultado da balança comercial, mas a partir da próxima divulgação o BC anunciou que eles passarão a ser registrados na conta de capital, o que deve aliviar o resultado das transações correntes. O mercado de crédito tem mostrado uma dinâmica melhor com a redução da taxa da Selic nos últimos meses, ainda de forma dicotômica entre as empresas e famílias, mas a interrupção do ciclo de cortes pode ser um empecilho para a continuidade da recuperação. Tivemos também dados de inflação divulgados essa semana, que vieram abaixo do esperado, mas com piora pelo lado qualitativo. O IGP-M mostrou desaceleração no geral, mas com itens como alimentos, habitação e mão de obra em alta. O IPCA-15 subiu tanto no acumulado em 12 meses, como na média móvel de 3 meses, mostrando resistência no processo desinflacionário, mas sem sinais alarmantes de que reverterá esse processo no curto prazo. A arrecadação federal continua crescendo e está 8,3% acima da inflação no ano. Ainda assim a trajetória da dívida continua se deteriorando e pressionando as taxas de juros. A ata do Copom não trouxe muita novidade quanto ao balanço de riscos, mas foi mais duro em relação à desancoragemdas expectativas de inflação. No RTI, o BC mencionou a robustez do emprego e da renda como motivos para uma postura mais cautelosa da política monetária e os dados da Pnad mostraram nova queda no desempregoe alta real de 5,6% na renda média. Na contramão, os dados do Cagedvieram abaixo do esperado, mas no ano a geração de empregos formais já ultrapassa 1 milhão de vagas. No campo político, falas do presidente continuam a gerar dúvidas quanto à trajetória da política fiscal, que dado o cenário atual deveria acompanhar a política monetária no campo contracionista por meio de revisão nos gastos.

Internacional

Lá fora, tivemos os dados do PCE que vieram estáveis assim como já era esperado, reduzindo as preocupações com uma eventual reaceleração inflacionária. Os dados de mercado imobiliário americano vieram piores que o esperado, sugerindo uma atividade menos aquecida para os próximos meses. Finalmente, as eleições para presidente começam a entrar no foco dos investidores com a realização do primeiro debate, que levantou dúvidas sobre a capacidade física do presidente Biden, fazendo com que o mercado passe a precificar a vitória de Donald Trump.

Próxima Semana

Na próxima semana o mercado estará atento ao discurso que Jerome Powell, presidente do Fed, fará na terça-feira. Além disso, dados do mercado de trabalho americano sairão durante a semana. Também serão divulgados dados de PMIsao redor do mundo indicando nível de aquecimento das economias. Aqui no Brasil, teremos o resultado da balança comercial em junho, além da produção de veículos e o índice de produção industrial de maio.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail