A semana encerrou com queda de 1,8% na bolsa brasileira. Maior aversão ao risco externo e preocupação com a deterioração fiscal seguem ditando o rumo do mercado. O S&P 500 também recuou na semana (-0,51%), enquanto o dólar fechou com alta de 1,55%.

Em uma semana encurtada pelo feriado, tivemos diversas divulgações de dados macroeconômicos. Os dados de crédito apontam desaceleração em abril, com as concessões recuando 2,5% na comparação com março e apresentando aumento nos juros, indicando que a elevada incerteza observada desde abril nos mercados pode contribuir para desacelerar a economia via crédito. No âmbito fiscal, o governo registrou superávit de R$6,7 bilhões, bem abaixo do esperado, indicando que apenas a melhora na arrecadação não será suficiente para realizar o ajuste fiscal. O mercado de trabalho continua sendo uma surpresa positiva, apresentando queda na taxa de desocupação mas sem causar pressões inflacionárias, uma vez que os salários crescem a uma taxa consistente com a meta de inflação. Finalmente, tivemos a divulgação da prévia da inflação de maio, o IPCA-15, que veio abaixo do esperado, com um resultado qualitativo bastante positivo, dando sequência à tendência de desinflação. Por outro lado, o IGP-M acelerou em maio, em meio a pressões nos preços das commodities que podem se refletir à frente no IPCA.

Lá fora a semana também foi encurtada pelo feriado. Destacamos a inflação de abril medida pelo PCE, o índice oficial americano, que veio em linha com o esperado. Além disso, um fraco leilão de títulos públicos na quarta fez a taxa de juros de 10 anos disparar para 4,63%, entretanto, desde então, os juros americanos recuaram e operam próximo a 4,5%.

Para a próxima semana, o destaque será a divulgação do PIB brasileiro na próxima terça-feira, que deve apresentar um crescimento robusto. Lá fora as atenções estarão voltadas para a divulgação dos dados de mercado de trabalho americano na sexta, com o mercado antecipando a continuidade do esfriamento do mercado de trabalho.