O Mercado na Semana
A bolsa brasileira acompanhou o cenário externo e encerrou a semana caindo 3%, com piora das perspectivas de corte de juros e risco fiscal. O S&P 500 fechou com estabilidade, com resultados da Nvidia e melhora das expectativas de inflação pelos consumidores compensando o humor negativo com o comunicado de juros mais longos por mais tempo. O dólar, por sua vez, fechou a semana com alta de 1,2%.
Brasil
Tivemos uma semana vazia em divulgações, com reação negativa do mercado referente à ata do FOMC que reforçou a cautela na condução na política monetária provocando alta na curva de juros aqui e lá fora. Repercutiram também debates a respeito das expectativas de inflação desancoradas que reverteram o rumo da política monetária no país e a fala do Ministro da Fazenda refletindo falta de credibilidade na política monetária. Além disso, dados de confiança do consumidor mostraram uma reversão do otimismo, devido principalmente aos impactos da tragédia no Rio Grande do Sul. Por fim, tivemos divulgação de estatísticas do setor externo que vieram pior que o esperado, com déficit de transações correntes de US$2,5 bilhões.
Internacional
As atenções do mercado voltaram-se ao comunicado mais hawkish da ata do FOMC, reforçando cautela e trazendo à tona a realidade de juros mais altos por mais tempo. Além disso, dados de PMI forte nos EUA intensificaram o pessimismo do mercado, uma vez que a atividade forte por lá torna menos provável o início do ciclo de queda nos juros. Nvidia reportou resultados extraordinários do 1º trimestre de 2024 com aumento de mais de 460% no lucro em um ano, mas não foi suficiente para reverter o humor negativo do mercado.
Próxima Semana
A próxima semana será mais curta no Brasil devido ao feriado na quinta mas será intensa em divulgações. Teremos dados de custos da construção, estatísticas de crédito, mercado de trabalho tanto com dados do Caged como da Pnad, estatísticas fiscais e dados de inflação medidas pelo IPCA-15 e IGP-M. No âmbito internacional destacamos os dados da segunda estimativa do PIB do 1º trimestre e PCE nos EUA, além da inflação ao consumidor na Zona do Euro.