Macroeconomia


O Mercado na Semana

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André Valério

Publicado 17/mai1 min de leitura

O Mercado na Semana

A bolsa brasileira encerrou a semana com alta de 0,43%, apesar da queda da Petrobras após demissão do presidente da estatal, puxada pela Vale que se beneficiou com a alta do minério de ferro e notícias de estímulos ao setor imobiliário na China. Nos EUA o mercado se animou com dados de inflação abaixo do esperado e o S&P 500 subiu 1,54%. O dólar, por sua vez, fechou com queda de 1%.

Brasil

Nessa semana, as atenções estiveram voltadas para a ata da última reunião do Copom, que apresentou decisão dividida. Mesmo com a divisão sobre a intensidade do corte, com os membros que votaram pela manutenção do corte de 50 p.b alertando para o risco reputacional de não seguir o guidance dado previamente, ficou claro que os membros do Comitê veem a necessidade de manter uma política monetária mais restritiva que a projetada inicialmente. A justificativa para a mudança de postura se deve à piora do cenário externo, com a maior incerteza sobre a política monetária americana, além da atividade doméstica mais robusta que o antecipado e a incerteza sobre os impactos da tragédia no Rio Grande do Sul. Além disso, tivemos a divulgação dos dados de serviços, que surpreendeu com alta de 0,4%, acima do esperado. Os dados de atividadede março sugerem um primeiro trimestre robusto, e esperamos um crescimento do PIB de 1% nesse primeiro trimestre de 2024. Finalmente, a inflação medida pelo IGP-10 registrou alta de 1,08% em maio, acima das expectativas de alta de 0,95%, refletindo maior inflação ao produtor devido à pressão nos preços das matérias-primas brutas que avançaram 3,45% em maio.

Internacional

No âmbito internacional, as atenções estavam focadas na divulgação da inflação ao consumidor americano, que veio abaixo do esperado. Ainda assim, a inflação está num patamar ainda elevado no acumulado dos últimos 12 meses, com alta de 3,3%. Além disso, o núcleo da inflação continua pressionado, com alta acumulada de 3,7% e o super núcleo, medida de inflação mais insensível à política monetária, está com alta de 4,9% e dá sinais de reaceleração. Entretanto, o dado abaixo do esperado foi bem recebido pelo mercado, que se tornou ligeiramente mais otimista e passa a se preparar para o início do ciclo de corte de juros. Apesar disso, a inflação ao produtor americano veio acima do esperado, indicando aceleração, o que pode se transformar em pressões inflacionárias aos consumidores. Finalmente, os dados de atividade americana continuam indicando um ritmo robusto de crescimento da produção.

Próxima Semana

A próxima semana será esvaziada em termos de divulgações, mas destacamos a divulgação dos dados do setor externo brasileiro, na sexta-feira. Mas as atenções estarão voltadas à fala pública de Powell no próximo domingo, a primeira após a divulgação do dado de inflação de abril, com os investidores buscando indícios de quais serão os próximos passos da política monetária americana.


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