Macroeconomia


O Mercado na Semana

1FE74EB4-3BA2-4326-8616-33FEB07ED31F_1_201_a - cópia

André Valério

Publicado 05/abr1 min de leitura

O Mercado na Semana

A bolsa brasileira sofreu queda essa semana de -1,02%, com Petrobras no centro das atenções e Vale sofrendo com queda do minério de ferro. O S&P 500 caiu -0,95% na semana com incerteza em relação à dinâmica de cortes de juros prevista para o ano. O dólar por sua vez subiu na semana, fechando em R$5,07.

Brasil

No Brasil, tivemos uma semana intensa de divulgações de dados econômicos. O mercado de crédito indica início de recuperação de acordo com os dados de fevereiro, com as concessões de crédito reacelerando no acumulado em 12 meses após 21 meses de desaceleração contínua. No setor externo, continuamos a observar um desempenho robusto da balança comercial, que registrou superávit de US$7,8 bilhões em fevereiro, terceiro melhor fevereiro da história. Ainda assim, o déficit em transações correntes somou US$4,4 bilhões, devido ao resultado da balança de serviços que totalizou déficit de US$3,7 bilhões no mês. Finalmente, no lado fiscal, o governo registrou déficit primário de R$48,7 bilhões em fevereiro, que foi acompanhado de aumento no endividamento, tanto na medida bruta (75,5%/PIB) e líquida (60,9%/PIB).

Internacional

No âmbito internacional, o destaque ficou por conta dos dados de mercado de trabalho americano, que apontam ainda para um mercado de trabalho bastante robusto. O número de vagas abertas em fevereiro, medidas pelo JOLTS, foi 8.756 milhões, acima do observado em janeiro. O Payroll medido pela ADP, empresa de processamento de folha de pagamento, registrou criação de 184 mil empregos em março, acelerando frente a fevereiro. Finalmente, o Payroll oficial indica a criação de 303 mil vagas de emprego em março, muito acima do esperado. Ainda assim, o resultado não indica que esse aumento no emprego esteja associado com uma pressão salarial, com os salários crescendo a uma taxa anualizada de 4,1%, em tendência de queda. De toda forma, o mercado de trabalho não arrefece, mesmo com os juros elevados. O FOMC disse que gostaria de ter maior confiança de que a inflação esteja convergindo consistentemente para a meta de 2%, portanto, o dado do payroll não contribuiu para o aumento dessa confiança. A Europa está em direção oposta. A inflação de março veio abaixo do esperado e já caminha rapidamente para a meta, com a inflação acumulada em 12 meses já em 2,4%. Ao mesmo tempo, há diversos sinais de que a atividade econômica na zona do euro continua enfraquecendo, portanto, não será surpresa se o Banco Central Europeu iniciar o ciclo de cortes antes do Fed.

Próxima semana

Na próxima semana as atenções estarão voltadas para a divulgação, na terça-feira, da inflação de março no Brasil e nos Estados Unidos, que terão papel fundamental para os próximos passos da política monetária de ambos os países. Além disso, teremos a divulgação da ata da última reunião do FOMC na quarta-feira. No Brasil, ainda teremos a divulgação do restante dos dados de atividade para o mês de fevereiro, com a divulgação do volume de varejo na quinta e de serviços na sexta-feira. Finalmente, o banco central europeu irá deliberar sobre sua política monetária na quinta-feira, com chances de iniciar o ciclo de cortes nos juros, em meio ao enfraquecimento da atividade na zona do euro e da baixa inflação.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail