A bolsa brasileira encerrou a semana com queda de -0,08%, apesar de leve alta nessa sexta-feira após o resultado do PIB brasileiro. Já o S&P 500 subiu 0,95% na semana, influenciado pelo entusiasmo com a Inteligência Artificial e otimismo em relação ao corte de juros americanos após dados de PIB e inflação. O dólar por sua vez encerrou a semana em R$4,95, com queda de 0,78%.

No Brasil, o grande destaque foi a divulgação do PIB de 2023, que apresentou crescimento de 2,9% no ano. Entretanto, no 4º trimestre de 2023 o crescimento foi nulo, devido à queda de mais de 5% da agricultura. Apesar dessa queda no trimestre, o agro foi a grande força matriz no resultado anual, com crescimento de 15,1%, seguido da indústria extrativa que avançou 8,7%. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias teve crescimento robusto de 3,1%, impulsionado pela expansão fiscal, com o aumento dos gastos públicos em transferência de renda, e melhora no emprego e renda, que terminou o ano com taxa de desemprego de 7,4%. O destaque negativo foi a queda de 3,3% no investimento, que alcançou 16,5% do PIB, menor valor desde 2020. O resultado do 4º trimestre reafirma que a tendência é de desaceleração da atividade e estimamos crescimento do PIB de 2% em 2024. O novo impulso fiscal deve resultar em variação positiva no 1o trimestre do ano e a queda dos juros e a retomada do crédito deve manter o consumo com crescimento moderado no 2o semestre. Além do PIB, destacamos as divulgações de inflação. Por um lado, o IGP-M apresentou queda de 0,52% em fevereiro, com pressões deflacionárias no índice de preços ao produtor. Por outro lado, o IPCA-15 apresentou alta de 0,78% em fevereiro, abaixo da expectativa.

Nos Estados Unidos, também tivemos a divulgação do PIB de 2023, que apresentou alta de 3,2% no quarto trimestre, totalizando um crescimento de 2,5% no ano, mostrando que a atividade da economia americana continua bastante robusta. Além disso, outro destaque foi a divulgação do índice de inflação PCE, que é o índice que baliza a meta de inflação do Fed, que registrou alta de 0,3% em janeiro, acumulando alta de 2,4% nos últimos 12 meses.

No âmbito doméstico, teremos a divulgação da produção industrial de janeiro na quarta-feira, mesmo dia em que serão divulgadas as estatísticas do setor externo. Na quinta teremos a divulgação das estatísticas fiscais e na sexta as estatísticas de crédito, assim como o saldo de empregos formais criados em janeiro, divulgado pelo Caged. No âmbito internacional o destaque será a divulgação do Payroll americano na sexta-feira e da decisão de política monetária do banco central europeu na quinta-feira. Finalmente, a China divulga na sexta-feira a sua inflação para fevereiro.