Macroeconomia


O Mercado na Semana

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André Valério

Publicado 16/fev4 min de leitura

O Mercado na Semana

Após recesso de carnaval, a bolsa brasileira termina essa semana mais curta com alta de 0,55%. Já o S&P 500 caiu 0,42% na semana após dados de inflação piores que o esperado terem assustado os investidores por lá. O dólar por sua vez encerrou a semana a R$4,95, com alta de 0,4%.

Brasil

No Brasil, a semana foi esvaziada devido ao feriado de Carnaval. Ainda assim, tivemos a divulgação do IGP-10 de fevereiro, que variou -0,65%, acumulando queda de 3,84% nos últimos 12 meses, refletindo queda de 1,08% nos preços ao produtor, enquanto a inflação ao consumidor avançou 0,62%. De modo geral, o IGP-10 dá subsídios para a continuidade do atual processo desinflacionário, apesar de calcado em itens mais voláteis. No lado do produtor vemos grande influência de itens mais sensíveis às condições climáticas e das commodities em geral. As commodities, por sua vez, tem se enfraquecido no mercado internacional devido a uma visão mais negativa para a economia chinesa, que tem apresentado dificuldades em sair do seu atual processo deflacionário, impactando a demanda global por commodities. No lado do consumidor, vemos pressões inflacionárias vinda desses alimentos mais sensíveis às condições climáticas e de itens sazonais, como educação. Portanto, como antecipado, devemos ter uma maior volatilidade no IPCA nesse início de ano, mas a deflação vinda do IPA é uma boa notícia que pode contrabalancear as pressões de alta para o consumidor.

Internacional

No lado internacional, o grande destaque foi a divulgação da inflação de janeiro para a economia americana na terça-feira, que avançou 0,3%, acima das expectativas. Chama a atenção a forte aceleração do chamado super núcleo, que é o núcleo da inflação de serviços excluindo os gastos com habitação. Em janeiro o super núcleo avançou 0,85%, bem acima dos 0,35% observados em dezembro. De maneira geral, não foi um bom resultado, mas ainda acreditamos que há uma boa chance de os cortes nos juros iniciarem em maio, mas condicionada à normalização dos dados de inflação e emprego. Além disso, destacamos o fato de que o Japão e o Reino Unido entraram oficialmente em recessão técnica, apresentando dois trimestres consecutivos de crescimento negativo no PIB. Isso aumenta o receio de uma recessão global, com a Europa particularmente fragilizada. Os Estados Unidos continuam destoando, mas os dados de varejo e produção industrial de janeiro vieram piores que o esperado, recuando 0,8% e 0,1%, respectivamente. Portanto, uma reaceleração da inflação preocupa, pois pode forçar o Fed a manter os juros elevados, contribuindo para uma desaceleração mais acentuada da atividade.

Próxima semana

A próxima semana será esvaziada em termos de divulgação de dados econômicos, entretanto, destacamos a divulgação do IBC-Br referente a dezembro na segunda-feira e do indicador de confiança do consumidor na sexta-feira. No lado internacional, destacamos a decisão de política monetária do banco central chinês e os dados de inflação da economia europeia.


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