O Mercado na Semana
A bolsa brasileira fechou em alta de 1,08% essa semana, influenciada pela resolução de incertezas políticas sobre o comando da Vale, enquanto o S&P 500 permaneceu estável com uma alta de 0,62%, influenciada por resultados aquém do esperado. O dólar encerrou a semana cotado em R$4,92, próximo da estabilidade.
Brasil
No Brasil, tivemos uma semana esvaziada, com o adiamento da divulgação das estatísticas coletadas pelo Banco Central. O foco foi a divulgação do IPCA-15 de janeiro, que surpreendeu com um resultado bem abaixo do esperado, registrando alta de 0,31% ante expectativa de 0,47%. Entretanto, o resultado foi amplamente influenciado pela queda no grupo de Transportes, que por sua vez foi influenciado pelo recuo de 16% nas passagens aéreas. Quando analisamos as principais medidas, vemos que o resultado não foi tão bom assim, com o núcleo acelerando, a inflação de serviços em patamar elevado e o índice de difusão sugerindo uma inflação mais disseminada em janeiro. Ainda assim, o cenário é de continuidade do processo de desinflação, já levando em conta a sazonalidade do período, portanto, não antecipamos uma mudança na condução da política monetária. Por outro lado, a piora da dinâmica poderá tornar o Copom mais cauteloso na margem.
Internacional
No lado internacional, destacamos o bom desempenho do PIB americano no 4º trimestre de 2023, que avançou 3,3% na taxa anualizada. Com isso, a economia americana cresceu 2,5% em 2023, evitando uma recessão que muitos julgavam inevitável. E esse bom desempenho da economia tem sido acompanhado de uma redução na inflação. O PCE, medida de inflação preferida do Fed, avançou 0,2% em dezembro, encerrando 2023 com uma alta de 2,6%. O núcleo do PCE na variação de 3 meses anualizada está abaixo de 2,5% há 6 meses, dando maior segurança ao Fed de que o processo de desinflação é robusto. Ainda assim, não antecipamos que o Fed irá iniciar os cortes na taxa de juros antes da reunião de junho, tendo em vista que a atividade aquecida e a volatilidade trazida pelos eventos geopolíticos poderão tornar o Fed mais cauteloso. No resto do mundo destacamos ainda as medidas anunciadas pelo governo chinês em mais uma tentativa de reanimar a economia, que foi suficiente para animar os investidores e dar uma sobrevida para a bolsa chinesa. Finalmente, o banco central europeu manteve a taxa de juros em 4,50%, ignorando a forte desinflação observada e os sinais de enfraquecimento da economia europeia.
Próxima semana
A agenda da próxima semana será intensa, com mais uma super-quarta, quando tanto o banco central americano quanto o banco central brasileiro anunciam suas decisões de política monetária. Além disso, nos Estados Unidos teremos as divulgações dos dados de mercado de trabalho para o mês de janeiro, com destaque para o payroll na sexta-feira. Finalmente, no Brasil, temos a divulgação do IGP-M de janeiro na terça-feira, da taxa de desemprego na quarta e da produção industrial de dezembro na sexta-feira.