Macroeconomia


O Mercado na Semana

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André Valério

Publicado 12/jan

O Mercado na Semana

A bolsa brasileira ficou relativamente estável, com perda de 0,72% na semana. Por outro lado, a bolsa americana avançou 1,7% na semana, impulsionada pela perspectiva de início do ciclo de cortes na política monetária após um índice ao produtor mais fraco que o esperado. Finalmente, o dólar encerrou a semana cotado em R$4,85, com o real apreciando 0,61%.

Brasil

No Brasil, o foco da semana foi o resultado do IPCA de dezembro e, consequentemente, de 2023. Apesar da inflação ter encerrado o ano em 4,62%, abaixo do teto da meta pela primeira vez desde 2020, o resultado de dezembro trouxe preocupações, com a piora em diversos indicadores. Observamos a aceleração nos núcleos da inflação e na inflação de serviços, além de maior difusão. Apesar da sazonalidade comum de final de ano, são sinais que demandam cautela, especialmente com alguns choques internacionais de oferta no radar. Além disso, outro destaque foi a produção de veículos em dezembro, que caiu 15%, enquanto as vendas aumentaram 17%, o que indica redução dos estoques. Como a indústria automotiva tem grande peso na produção industrial, isso sugere uma produção enfraquecida em dezembro.

Internacional

No lado internacional, as atenções estiveram voltadas para o dado do CPI de dezembro, que também foi um pouco acima do esperado, avançando 0,3% em dezembro, acima da expectativa de 0,2%. Com isso, a economia americana observou uma alta de 3,4% em seus preços em 2023. Desconsiderando os itens mais voláteis, observa-se o núcleo avançando 0,3% no mês, em linha com a expectativa, mas com alta de 3,9% no acumulado dos últimos 12 meses, menor do que o observado em novembro. Apesar de pior que o esperado, a inflação americana veio relativamente dentro do consenso. Entretanto, o processo de desinflação começa a encontrar obstáculos. A inflação de habitação teima em não ceder, mantendo-se em patamar ainda elevado e a perspectiva é de pressão inflacionária de itens mais voláteis, como alimentos e energia, com a piora na oferta desses itens, seja por condições climáticas adversas, seja por questões geopolíticas. Considerando que a atividade econômica americana ainda se mantém em patamar robusto, principalmente o mercado de trabalho e a dinâmica salarial, o espaço para o início dos cortes na taxa de juros no curto prazo é bem reduzido.

Próxima semana

Para a próxima semana os destaques são a consolidação dos dados de atividade da economia brasileira para o mês de novembro, com a divulgação do volume de serviços na terça, do volume de vendas no varejo na quarta e do IBC-Br na quinta. No lado internacional, também teremos a divulgação de dados de atividade econômica chinesa na quarta, incluindo o PIB do 4º trimestre, e da americana na quinta.


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