Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 13/out5 min de leitura

Resumo

A semana mais curta por conta do feriado aqui e lá fora não foi suficiente para conter a volatilidade que vimos nestes dias por conta de mais um conflito geopolítico, desta vez no Oriente Médio, entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que trouxe fortes variações nos preços do petróleo, além de dados de inflação com IPCA aqui no Brasil e CPI nos Estados Unidos, finalizando com os resultados dos grandes bancos norte-americanos que abrem a temporada de balanços do 3T23. O Ibovespa encerrou a semana em alta de 1,4%, puxado pela forte alta do setor imobiliário, bem como pelos papéis das empresas dos setor de Óleo&Gás.

Brasil

No Brasil, tivemos os dados de inflação de setembro com o IPCA registrando alta de 0,26%, abaixo da expectativa. Ainda assim, no acumulado dos últimos 12 meses observamos nova alta, alcançando 5,19%. Essa métrica tem acelerado nos últimos meses em parte por conta do efeito base, uma vez que em setembro de 2022 a variação havia sido de -0,29%. No geral, o processo de desinflação continua bastante benigno, com a média dos núcleos e a inflação de serviços subjacentes não acelerando e a difusão alcançando o menor valor desde maio de 2020. Portanto, o cenário continua favorável para a manutenção do ritmo de cortes da Selic nas próximas reuniões do Copom, o grande risco agora sendo o cenário externo com as piores condições financeiras na economia americana e a incerteza elevada pelo conflito em Israel.

Com o feriado, a semana teve agenda doméstica fraca no político, mas agitada em terras internacionais, com a participação de Haddad e Roberto Campos Neto em eventos do FMI e Banco Mundial em Marrakesh, além de viagem de Lira à Índia e China para encontros bilaterais e do G20. Tivemos postergação novamente da votação da Reforma Tributária no Senado, enquanto governo direciona esforços para levar o PL das Offshores à Câmara na próxima semana, mesmo sem a presença de Lira.

Internacional

Nos Estados Unidos, os olhos voltaram-se aos dados de inflação e grande volatilidade nos yields das Treasuries. A inflação americana avançou 0,4% em setembro, acumulando alta de 3,7% nos últimos 12 meses, o que, juntamente com os dados de mercado de trabalho da semana passada, mostram uma economia cujo crescimento está desacelerando na margem, mas com um processo de desinflação que começa a estagnar, reforçando o call de juros mais longos por mais tempo, o que vai em linha com o pensamento da maioria dos membros do FOMC como se pode notar na ata da última reunião divulgada essa semana.

Na Ásia, após a volta do feriado, as bolsas na China recuaram, em meio aos conflitos no Oriente Médio que elevaram a aversão ao risco global, mas também com dados ainda mistos sobre a economia no país. Exportações e importações recuaram novamente, porém menos que o esperado, enquanto o fantasma da deflação volta a preocupar, reacendendo as apostas de novos estímulos do governo, mesmo com os sinais de que a economia segue estabilizando por lá.

Próxima Semana

Na agenda da próxima semana, mercado acompanhará por aqui dados de Vendas ao Varejo, Volume de Serviços e o IBC-Br. Lá nos Estados Unidos, também teremos dados do varejo, além da produção industrial e números de seguro-desemprego, cujo dado pode mostrar novo avanço. Na China, investidores estarão atentos aos números de PIB, produção industrial e vendas ao varejo, buscando confirmação de provável estabilização da economia.


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