Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 06/out5 min de leitura

Resumo

Tivemos mais uma semana de grande aversão ao risco, enquanto dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos mostraram que a economia por lá segue resiliente e corroborando o cenário de juros maiores por mais tempo. Com isso, os juros das Treasuries seguiram em maior patamar em 16 anos, pressionando as bolsas que recuaram majoritariamente, incluindo o Ibovespa que recuou quase 2%, pressionado pelos setores mais sensíveis aos juros, como Imobiliário, Small Caps e Consumo.

Brasil

No Brasil, tivemos dados de produção industrial que avançou 0,4% em agosto frente a julho e 0,5% frente a agosto de 2022, porém com redução de 0,3% no acumulado do ano quando comparado a 2022. Os destaques ficam por conta de produtos farmacêuticos, produção automotiva e de equipamentos de informática, enquanto na ponta negativa, destacam-se a queda na produção das indústrias extrativas de 2,7%.

No político, foi aprovado no Senado o PL do Desenrola, além do teto do rotativo do cartão de crédito. Também vimos a aprovação da regulamentação do mercado de Crédito de Carbono. Já a Câmara aprovou o Marco das Garantias, mas a votação do PL dos Offshore e da MP dos Fundos Exclusivos foi postergada para o fim de outubro, mas devem ser aprovados sem grandes contratempos. Mercado monitora também os atritos entre judiciário e legislativo, os quais aumentaram nas últimas semanas.

Internacional

Nos Estados Unidos, tivemos semana de dados divergentes sobre mercado de trabalho que trouxeram altíssima volatilidade tanto para os juros das Treasuries quanto para as bolsas e culminou com a divulgação de um payroll bem acima do esperado, mostrando a criação de 336 mil novas vagas (versus expectativas de +170 mil). O número confirma que a economia norte-americana segue resiliente, corroborando a necessidade de juros mais altos por mais tempo.

Na Ásia, as bolsas ficaram fechadas na China por conta da Golden Week, mas dados sobre viagens e gastos dos chineses durante o feriado mostraram forte avanço e agora investidores aguardam mais dados da segunda maior economia do mundo para entender se os estímulos recentes do governo têm efetivamente estancado a desaceleração econômica por lá.

Próxima semana

Na próxima semana, a atenção volta novamente para os dados de inflação aqui, com IPCA, e lá fora, com CPI (inflação ao consumidor) e PPI (inflação ao produtor), e investidores atentos ao comportamento dos preços e como estes números serão recebidos pelos Bancos Centrais, em especial o FED. Teremos também dados da balança comercial chinesa, que poderá mostrar um patamar ainda baixo, mas confirmar a tendência esperada de estabilização.


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