Macroeconomia


O Mercado na Semana

jeFtv1X8_400x400

Rafaela Vitória

Publicado 29/set5 min de leitura

Resumo

A semana encerra um mês no qual a aversão ao risco e a volatilidade definiram os pregões, com mercados ajustando portfólios e precificando juros mais altos. As Treasuries de 10 anos chegaram as máximas de 16 anos e aqui, as NTN-Bs namoraram novamente os 6%. Mesmo assim, a bolsa brasileira fechou o mês em leve alta, de 0,64%, puxadas majoritariamente por notícias da China e pelas commodities, com Vale e Petrobras avançando 3,7% e 7,9%, respectivamente, no período.

Brasil

Aqui no Brasil, a semana foi marcada por dados de inflação e a Ata do Copom. O IPCA-15 variou 0,35% em setembro, ligeiramente abaixo das expectativas de 0,38%, dando continuidade à dinâmica benigna, sem sinais de reversão da tendência de desinflação. Já a Ata do Copom trouxe um tom mais hawkish, adicionando um pouco mais de receio ao tom de cautela que vimos nos mercados externos. Mesmo assim, mantemos as nossas expectativas de cortes de 0,5 p.p. na Selic nas próximas reuniões, com uma taxa terminal de 9% até o fim de 2024.

No cenário político, vimos a aprovação do texto-base do marco temporal no Senado. Além disso, houve uma maior proximidade de Haddad junto a Roberto Campos Neto e ao Congresso buscando apoio para as pautas econômicas e agora esperamos que o PL dos investimentos offshore, bem como a MP dos fundos exclusivos sejam votados já na próxima semana.

Internacional

Nos Estados Unidos, mercados aguardaram ansiosos os dados de inflação do PCE, medida preferida do FED, que avançou 3,9% a/a, ficando abaixo de 4% pela primeira vez em dois anos. No entanto, apesar de desacelerando, a inflação continua a preocupar, dando munição ao discurso dos juros restritivos por mais tempo. Assim, os juros das Treasuries seguiram em alta, o dólar ganhou força ante demais moedas e as bolsas recuaram.

Na Ásia, as bolsas recuaram com notícias de investigação sobre a maior incorporadora chinesa, Evergrande, no radar, mostrando que a situação do setor de construção continua desafiadora. Mercado aguarda dados de PMI da China que saem neste sábado, em meio ao feriado da Golden Week.

Próxima semana

Na próxima semana, teremos PMIs dos Estados Unidos, Zona do Euro e aqui no Brasil, além da produção industrial do país. Os dados mais fortes que o esperado na economia norte-americana podem ser recebidos com desânimo, fazendo subir os juros e cair as bolsas. Ao mesmo tempo, mercado eleva apostas de que a economia chinesa possa estar, finalmente, estabilizando. Teremos também dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos, finalizando com payroll na sexta-feira.


Compartilhe essa notícia

Receba nossas análises por e-mail