Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 25/ago6 min de leitura

Brasil

IPCA-15 de agosto foi o destaque da semana com variação de 0,28%, acima da expectativa. Entretanto, o qualitativo continua benigno, com a média dos núcleos e a difusão controlados em patamar baixo. O resultado do mês foi mais intenso devido à recomposição dos preços dos itens monitorados, que avançou 1,57% no mês, portanto, não há sinais preocupantes de uma retomada do processo inflacionário. O ciclo de cortes na taxa de juros deve seguir como indicado pelo Copom, com o ritmo de 50 bps por reunião.

Internacional

Discurso de Powell em Jackson Hole veio mais duro que o esperado. O presidente do Fed se mostrou pouco satisfeito com o progresso feito no controle da inflação até esse momento, dizendo que dois meses de bons resultados de inflação não suficientes. Também se mostrou preocupado com o fato de a economia não estar desacelerando como esperado, o que poderia ensejar novas altas de juros. Além disso, eliminou completamente a possibilidade de alterar a meta de inflação, reforçando mais uma vez que o FOMC está comprometido em levar a inflação de volta à meta. Por fim, afirmou que o Fed irá continuar até ter a certeza de que o trabalho está pronto. Portanto, os próximos passos ainda estão em aberto. Mantemos nossa expectativa de que o FOMC irá pular a reunião de setembro e realizar uma nova alta na reunião de novembro.

Taxa de juros para hipotecas nos Estados Unidos atingiu o maior valor desde 2000 ao alcançar 7,62% no dia 21 de agosto. Tal movimento é reflexo do aperto monetário. Como consequência, a demanda por novas hipotecas está no menor nível desde 1995.

Economia chinesa continua a dar sinais de forte desaceleração. Os dados de atividade estão abaixo do esperado e o mercado imobiliário continua piorando, enquanto o governo chinês não dá sinais de que irá socorrer o setor. Com isso, a bolsa chinesa devolveu todos os ganhos que obteve em agosto, refletindo a saída dos investidores estrangeiros que venderam US$11 bilhões ao longo dos últimos 13 dias, a maior sequência de saída de capital da economia chinesa de que se tem registro.

PMIs europeus sugerem que a Europa esteja caminhando para uma recessão. Alemanha e França, as duas maiores economias do bloco, estão com os PMIs em terreno contracionista. Isso pode fazer com que o banco central europeu interrompa o ciclo de alta, entretanto, a expectativa ainda é de mais uma alta na taxa de juros.

Próxima semana

A próxima semana será agitada com a divulgação de diversos indicadores. Aqui no Brasil teremos a divulgação das estatísticas de crédito na segunda, do IGP-M na quarta, das estatísticas fiscais e da taxa de desemprego na quinta e do PIB do 2º trimestre na sexta. Nos Estados Unidos o destaque é a divulgação do Payroll de agosto, na sexta-feira.


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