Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 18/ago4 min de leitura

Brasil

Economia brasileira cresceu 0,63% em junho.De acordo com o IBC-Br, indicador calculado pelo banco central, a economia cresceu em junho, terminando o segundo trimestre com alta de 0,5%. O crescimento aconteceu apesar do fraco desempenho da indústria, do varejo e dos serviços, o que sugere que o crescimento do 2º trimestre será novamente puxado pelos componentes de oferta, principalmente o agronegócio e o setor externo.

Petrobras reajusta os preços dos combustíveis nas refinarias. É a primeira vez que a empresa aumenta os preços desde que o presidente indicado pelo novo governo assumiu o comando da empresa. Desde o dia 16/08, a gasolina está R$0,41 mais cara e o diesel R$0,78 mais caro, altas de 16,3% e 25,8%, respectivamente. Com isso, o impacto total sobre o IPCA deverá ser de 0,4 ponto percentual ao longo dos próximos dois meses.

IGP-10 recua 0,13% em agosto. É o quinto mês consecutivo de deflação no índice, mas em intensidade bem menor. A deflação perde força principalmente no Índice de Preços ao Consumidor (IPA), refletindo aumento nos preços das commodities. Por outro lado, o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) ficou estável, ainda não capturando o impacto da alta nos preços dos combustíveis.

Ibovespa registra a maior sequência negativa da história. Com a alta dessa sexta-feira, o índice interrompeu uma sequência de 12 dias consecutivos de queda, refletindo a piora do humor internacional, com o forte aumento na taxa de juros de 10 anos americana e as más notícias vindas da economia chinesa.

Internacional

Economia americana dá sinais de superaquecimento. Os dados de varejo e de produção industrial vieram muito acima do esperado, mostrando retomada da demanda. Com isso, aumentam as apostas de que o Fed irá conseguir realizar o soft landing, o que implica que as taxas de juros terão de ficar elevadas por mais tempo. Como consequência, houve reprecificação da taxa de juros de 10 anos dos títulos públicos americanos, que chegou a atingir 4,28% na quinta-feira.

China decepciona mais uma vez. Os dados de varejo e produção industrial chineses vieram piores que o esperado. Além disso, uma crise de grandes proporções parece estar à espreita. Uma gigante empresa financeira deu calote em diversos pagamentos ao longo dessa semana, o que pode ser um prenúncio de um grande problema sistêmico. Em meio a esse contexto, o banco central chinês anunciou um corte surpresa na taxa de juros, em mais uma tentativa do governo em estimular a economia. Entretanto, esses estímulos não parecem ser suficientes na visão do mercado, que realizou uma venda generalizada dos ativos chineses, com o índice MSCI China apagando os ganhos obtidos após a última reunião do Politburo.

Juros de americanos de 10 anos continuam o rally. O cenário internacional está cada vez mais incerto. Como mencionado, a taxa de juros de 10 anos dos títulos públicos americanos, que chegou a atingir 4,28% na quinta-feira. Em parte, isso é consequência da reprecificação do mercado, acreditando na tese do soft landing. Mas o movimento também está relacionado com os acontecimentos na China, cujos dados mais fracos tem colocado pressão na paridade do yuan, o que tem forçado a venda de treasuries por parte do governo chinês. Além disso, Japão e Arábia Saudita, outros dois grandes compradores de treasuries, tem diminuído suas exposições a esses títulos, pressionando ainda mais suas taxas de juros.

Próxima semana

Na próxima semana teremos PMIs nos EUA e na Zona do Euro, já referentes a agosto, além de reunião dos banqueiros centrais em Jackson Hole discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Por aqui, será divulgado o IPCA-15 de agosto.


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