Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 11/ago

Resumo

A semana foi marcada pela divulgação de dados de inflação, aqui e lá fora, e ambos indicam que a queda continua, mas não foi o suficiente para animar os mercados. Lá fora, os juros longos voltaram a subir precificando um cenário que o aperto monetário irá durar mais tempo, apesar do fim do ciclo está próximo. O S&P50 teve mais uma semana de queda acumulando -3% em agosto e devolvendo os ganhos de julho. Por aqui, o Ibovespa também encerrou a semana em baixa e acumulou 9 dias seguidos de queda, também com perda próxima de 3% no mês de agosto.

Brasil

O IPCA foi o destaque da semana com variação de 0,12%, um pouco acima da expectativa, mas com abertura mais benigna, com a queda da inflação de serviços e da média dos núcleos. Após a decisão dividida do Copom, a queda de 50bps parece que foi uma escolha acertada. Com o dado de inflação melhor, o mercado passa a precificar a chance de uma nova aceleração dos cortes para 75bps até o final do ano. Nós mantemos nossa expectativa de cortes de 50bps em setembro e novembro acelerando para 75 em dezembro.

A atividade continua desacelerando. As vendas no varejo ficaram estáveis em junho e o setor de serviços teve crescimento menor que o esperado em 0,2% no mês. Os dados indicam que o PIB deve ter estabilidade no 2o trimestre.

Defasagem da gasolina e diesel preocupam. A defasagem da gasolina e do diesel está próxima de 20% e o risco de desabastecimento no mercado de diesel começa preocupar.

Orçamento 2024 e medidas de aumento de arrecadação. O governo deve apresentar na próxima semana a proposta do orçamento para o próximo ano juntamente com medidas de aumento de receita que podem incluir imposto de renda sobre fundos fechados, fim do JCP e tributação sobre sites de apostas. O grande desafio é conciliar a meta de déficit zero com as demandas por mais gastos.

Internacional

O CPI nos EUA também mostrou desaceleração com variação de 0,2% em julho acumulando 3,2% em 12 meses. O mercado de juros mantém a aposta de que o Fed deve encerrar o ciclo de alta, com pequena chance de nova elevação em setembro. No entanto, os juros longos voltaram a subir com a preocupação com a persistência maior da inflação e uma duração mais longa do aperto monetário.

Deflação na China. Os dados da China na semana também indicaram desaceleração da economia com indicadores de deflação tanto no produtor como no consumidor. Além dos dados de inflação, a balança comercial chinesa também decepcionou com queda maior que o esperado, tanto nas exportações como nas importações.

Commodities estáveis na semana. Apesar da alta nos juros nos EUA e dados de desaquecimento na China, as commodities ficaram estáveis na semana, mantendo parte dos ganhos das últimas semanas.


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