Macroeconomia


O Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 28/abr

Entre os principais fatos do fechamento de abril destacamos:

Brasil

A queda nos juros longos. As taxas de juros reais tiveram queda no mês e o IMAB teve alta de 2%. As taxas pré-fixadas longas também tiveram queda, refletindo uma redução no risco com a discussão de possível melhora no projeto do arcabouço no Congresso.

Dólar abaixo de R$5. O dólar fechou o mês em R$4,98, menor cotação desde junho do ano passado, uma valorização de 1,6% no mês, seguindo o movimento de queda do dólar no mercado internacional e melhora na percepção de risco local.

RCN no Congresso. O presidente do Banco Central voltou a afirmar que não vê espaço par queda da Selic no curto prazo, com a inflação ainda elevada e expectativas acima da meta. O mercado que precificava chance de queda dos juros na reunião de junho afastou as apostas para o 2º semestre.

Inflação em queda. IGPM e IPCA-15 mostraram nova queda da inflação, principalmente nos itens comercializáveis, o que reflete a queda das commodities no mercado internacional, a normalização das cadeias e demanda mais fraca. Aliás, a Petrobras anunciou nova redução de 10% no diesel nessa sexta. A inflação em queda, no entanto, ainda não foi suficiente para alteração nas expectativas para o Copom na próxima semana.

Dados de atividade mistos. Pelo Caged, a geração de empregos foi melhor que o esperado em março e a taxa de desemprego da Pnad teve alta sazonal para 8,8%, mas abaixo do esperado. A indústria e o varejo tiveram queda em fevereiro, mas o setor de serviços teve recuperação. O IBC-br, a prévia do PIB do BC, surpreendeu com alta de 3% em fevereiro, refletindo a maior produção agrícola.

Crédito tem nova desaceleração. Os dados de crédito de março mostraram nova queda na concessão, principalmente para a PJ, ao mesmo tempo que a inadimplência teve nova alta. Os dados afastam a preocupação de crise, mas ainda mostram um aperto de crédito no Brasil.

Discussão da correção do FGTS adiada. O STF adiou a decisão sobre a mudança do indexador do FGTS de 3% para 6%, equivalente à poupança, o que pode impactar no financiamento imobiliário e consequentemente as empresas do setor de construção.

Internacional

PIB mais fraco, mas inflação ainda persistente nos EUA. O crescimento do PIB do 1º trimestre desacelerou e ficou abaixo do esperado em 1,1%. No entanto a medida de inflação de consumo, o PCE de março ficou estável em 0,3%, ou 4,6% ao ano, sem alívio para o Fed.

Volatilidade no mercado de juros. A taxa de 2 anos dos EUA oscilou entre 3,7% e 4,2% ao longo do mês de abril, mostrando que o mercado ainda tem muita incerteza com relação aos próximos passos da política monetária por lá, variando entre o risco de recessão e o risco de inflação mais persistente. No fechamento de abril, a previsão é de uma última alta no Fomc de maio e início dos cortes no 4º trimestre

Próxima semana

Super quarta – Copom e Fomc. Esperamos uma alta de 25 bps pelo Fed, mas uma indicação de que possivelmente chegamos no fim do ciclo. Aqui no Brasil, a expectativa é de manutenção da Selic em 13,7% e um comunicado ainda inflexível pelo Copom.

PMIs globais e sentimento para maio. Os PMIs podem indicar nova desaceleração da produção industrial global em maio.


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