Macroeconomia


Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 09/jun4 min de leitura

Resumo

As bolsas entraram no bull market essa semana e o S&P500 acumula alta de 3% em junho e 12% no ano. Esse resultado acontece em meio à maior alta de juros dos últimos 15 anos com revisões também altistas para o cenário de juros do Fed para o final do ano. As grandes empresas de tecnologia voltaram a protagonizar a alta, enquanto a economia americana continua dando sinais de resiliência e afastam o risco de recessão, por ora.

Brasil

O otimismo também predominou no mercado doméstico, com alta de 4% do Ibov, queda dos juros futuros e queda do dólar que fechou a semana em R$4,88 a menor cotação desde maio de 2022.

Por aqui, a boa notícia veio da queda da inflação, mais forte que a expectativa, tanto no atacado, com o IGP-DI acumulando -5,5% em 12 meses, como pelo IPCA, em 0,23% em maio e 3,9% em 12 meses.

A curva de juros teve nova queda, tanto real como nominal e as apostas para corte da Selic em agosto cresceram.

Nós revisamos nossa projeção de IPCA para o ano de 5,6% para 5,1% e mantemos o call de início dos cortes a partir da reunião em agosto e acreditamos que o Focus deve também indicar expectativa de inflação e juros menores nas próximas semanas, dando insumo para a mudança de rumo da política monetária no Brasil.

Internacional

Após a surpresa de alta de juros pelo banco central do Canadá, os juros nos EUA voltaram a subir precificando uma nova alta pelo Fed na próxima semana, com alguns sinais de demanda perdendo força, mas ainda não amenizando o forte dado do mercado de trabalho da semana passada.

As commodities também tiveram alta mesmo com dados mais fracos da China, tanto da balança comercial como de inflação por lá, mostrando que o desempenho por lá deve ser menor que o esperado.

Destaque negativo entre as commodities foi o petróleo, que teve queda, mesmo com anúncio de corte de produção pela Arábia Saudita no começo da semana.

Próxima semana

Após o PIB mais forte no 1º trimestre, na próxima semana teremos mais dados do 2º trimestre com as divulgações do varejo e serviços pelo IBGE e devemos ver nova desaceleração.

O foco da próxima semana será a CPI nos EUA na terça, que pode trazer novo alívio, e a reunião do Fomc na quarta com apostas divididas entre uma pausa e uma alta final de 25bps para 5,5%. Teremos também novas projeções do comitê com a expectativa para a política monetária para o segundo semestre, que na nossa visão deve ser de manutenção dos juros até o final do ano.


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