Macroeconomia


Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 28/jul5 min de leitura

Resumo

A semana foi marcada por dados melhores da economia americana, com mais uma divulgação do PIB melhor que o esperado em conjunto com mais uma alta de juros pelo Fed, que ainda não venceu a batalha contra a inflação. Os dados voltaram a alimentar o cenário de soft landing que animou as bolsas, mas também impactou os juros.

Brasil

Inflação em baixa: IPCA-15 surpreendeu com deflação em julho abaixo da expectativa, em -0,07% com queda também na inflação de serviços e nas medidas de núcleos. O IGPM de julho também foi negativo em -0,73%, em linha com o esperado, ainda mostrando deflação nos custos de produção.

Crédito desacelera: os dados de crédito mostraram nova desaceleração em junho mas a boa notícia foi a estabilização da inadimplência, que pode ter feito pico.

Mercado de trabalho resiliente: a surpresa positiva da atividade foi referente ao mercado de trabalho, tanto pelo Caged, com +157 mil novas vagas em junho, como pela Pnad com a menor taxa de desemprego desde 2014, 8%. No trimestre findo em junho, a população ocupada teve novo crescimento e a taxa de participação estabilizou. O salário médio também ficou estável na margem, o que reduz o risco de um mercado de trabalho mais aquecido.

Fiscal deteriora: o resultado fiscal em junho ficou abaixo do esperado e o governo apresentou déficit acumulado em 12 meses pela primeira vez desde outubro de 2021. A queda na receita e o aumento da despesa segue pressionando o resultado e a expectativa de zerar o déficit em 2024 fica cada vez mais difícil.

Internacional

Fed elevou os juros em 25 bps conforme esperado e deixou em aberto os próximos passos, podendo repetir a alta em setembro, ou não, a depender dos dados. A taxa de juro básica americana chegou a 5,5% maior patamar dos últimos 22 anos. As taxas de mercado também ajustaram para cima e o juro de 10 anos voltou para próximo de 4% aa.

O PIB nos EUA do 2º trimestre surpreendeu com alta de 2,4%, acima da expectativa de 1,8%, mostrando consumo ainda resiliente. A expectativa é de desaceleração nos próximos trimestres, mas sem recessão.

O PCE, medida de inflação preferida pelo Fed, desacelerou em junho em linha com o esperado e acumula 3% em 12 meses, com o núcleo também em queda para 4,1%.

As commodities tiveram mais uma semana de alta, seguindo anúncios do governo chinês de novas medidas de estímulo visando recuperar o setor da construção. O CRB, índice global de commodities, acumula alta de 6% no mês, com destaque para o petróleo que fechou em $84/barril, maior patamar desde abril.

Próxima Semana

O destaque da próxima semana será a reunião do Copom que deve iniciar o corte da Selic. O mercado segue dividido entre expectativa de corte inicial de 50 e de 25 pb. Nossa aposta é uma redução de 50, mas devemos ainda ver votos dissidentes e um comunicado mais cauteloso do Copom.

Lá fora, teremos o importante relatório do payroll de julho, que será indicativo para os próximos passos do Fed. Um dado mais forte, incluindo alta de salários, pode aumentar as apostas de uma nova alta de juros em setembro.


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