Brasil
Os dados de atividade divulgados na semana voltaram a surpreender positivamente com crescimento maior que o esperado tanto no varejo como em serviços. O IBC-Br de março (a prévia do PIB do BC) indica crescimento de 2,4% no trimestre e devemos ver novas revisões positivas nas expectativas para o ano.
Já a inflação medida pelo IGP-10 confirma a queda de preços no atacado com variação negativa de 1,5% no mês, acumulando -3,5% em 12 meses. O IGP-M de maio, que deve ser divulgado no final do mês, deve acumular variação negativa de 4% em 12 meses, a maior da série.
Esperamos também revisões de baixa no IPCA para 2023 com o recente anúncio de queda dos preços pela Petrobrás, ainda em linha com a paridade internacional. O impacto da redução no IPCA deve ficar próximo de 0,30 p.p. entre maio e junho e nossa projeção para inflação em 2023 está em 5,6%.
O índice de commodities acumula queda de 3% em maio, e não é só o petróleo, as commodities agrícolas também seguem em queda e devem trazer mais alívio para a inflação de alimentos.
As taxas de juros fecharam a semana estáveis, apesar da divulgação do relatório do arcabouço fiscal mais positiva que o texto original, em linha com a expectativa do mercado, que já havia precificado a redução do risco nas últimas semanas.
A votação do texto final, marcada para a próxima semana pode ainda trazer alguma surpresa, além do encerramento da discussão abrir espaço para novas pautas, o que deixa os investidores mais cautelosos nesse momento.
O dólar também devolveu parte da valorização das últimas semanas e encerrou a sexta feira em R$4,99.
Internacional
Nos EUA, os dados do varejo de abril vieram abaixo do esperado e o setor imobiliário também teve indicadores confirmando a desaceleração, com queda no número de novos alvarás para construção e vendas de imóveis usados.
Na Europa, a inflação na zona do euro em abril ficou em linha, 7% em 12 meses, estável em relação ao mês anterior.
Na próxima semana
Nos EUA, é aguardado um acordo no congresso para a revisão do teto da dívida, que pode incluir algum corte de gasto pelo governo, o que seria positivo para o dólar. Entre as divulgações, a mais aguardada será o PCE de abril nos EUA, o indicador de inflação de consumo, medida preferida pelo Fed e caso mostre maior desaceleração, pode contribuir para consolidar a visão de pausa no ciclo de aperto por lá.
Aqui no Brasil, será divulgado o IPCA-15 de maio e esperamos uma variação de 0,6%, semelhante à de abril, e que ainda não reflete o recente corte de preços dos combustíveis.
Também teremos o relatório bimestral do tesouro, como nova revisão do déficit esperado para o ano após os anúncios de reajustes salariais de maio e expectativa de maiores receitas. A receita também deve divulgar a arrecadação em abril, refletindo a volta do PIS/Cofins da gasolina e a melhora na atividade em março.