Macroeconomia


Mercado na Semana

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Rafaela Vitória

Publicado 19/mai5 min de leitura

Resumo

O Ibovespa teve mais uma semana de alta, avançando 2,1% e acumulando 6% de ganho em maio. A alta da bolsa foi impulsionada pelas empresas ligadas ao setor de commodities, apesar dos dados mais fracos da China ainda apontarem para um crescimento global menor. A Petrobrás novamente esteve no centro das atenções e em movimento contrário, caiu 1,1% na semana, com o anúncio da mudança na política de preços dos combustíveis e indicação do governo de que poderá voltar a controlar os preços e evitar repasses no futuro. Lá fora, o S&P500 subiu 1,4% na semana, com a expectativa de um acordo para a revisão do teto da dívida.

Brasil

Os dados de atividade divulgados na semana voltaram a surpreender positivamente com crescimento maior que o esperado tanto no varejo como em serviços. O IBC-Br de março (a prévia do PIB do BC) indica crescimento de 2,4% no trimestre e devemos ver novas revisões positivas nas expectativas para o ano.

Já a inflação medida pelo IGP-10 confirma a queda de preços no atacado com variação negativa de 1,5% no mês, acumulando -3,5% em 12 meses. O IGP-M de maio, que deve ser divulgado no final do mês, deve acumular variação negativa de 4% em 12 meses, a maior da série.

Esperamos também revisões de baixa no IPCA para 2023 com o recente anúncio de queda dos preços pela Petrobrás, ainda em linha com a paridade internacional. O impacto da redução no IPCA deve ficar próximo de 0,30 p.p. entre maio e junho e nossa projeção para inflação em 2023 está em 5,6%.

O índice de commodities acumula queda de 3% em maio, e não é só o petróleo, as commodities agrícolas também seguem em queda e devem trazer mais alívio para a inflação de alimentos.

As taxas de juros fecharam a semana estáveis, apesar da divulgação do relatório do arcabouço fiscal mais positiva que o texto original, em linha com a expectativa do mercado, que já havia precificado a redução do risco nas últimas semanas.

A votação do texto final, marcada para a próxima semana pode ainda trazer alguma surpresa, além do encerramento da discussão abrir espaço para novas pautas, o que deixa os investidores mais cautelosos nesse momento.

O dólar também devolveu parte da valorização das últimas semanas e encerrou a sexta feira em R$4,99.

Internacional

Nos EUA, os dados do varejo de abril vieram abaixo do esperado e o setor imobiliário também teve indicadores confirmando a desaceleração, com queda no número de novos alvarás para construção e vendas de imóveis usados.

Na Europa, a inflação na zona do euro em abril ficou em linha, 7% em 12 meses, estável em relação ao mês anterior.

Na próxima semana

Nos EUA, é aguardado um acordo no congresso para a revisão do teto da dívida, que pode incluir algum corte de gasto pelo governo, o que seria positivo para o dólar. Entre as divulgações, a mais aguardada será o PCE de abril nos EUA, o indicador de inflação de consumo, medida preferida pelo Fed e caso mostre maior desaceleração, pode contribuir para consolidar a visão de pausa no ciclo de aperto por lá.

Aqui no Brasil, será divulgado o IPCA-15 de maio e esperamos uma variação de 0,6%, semelhante à de abril, e que ainda não reflete o recente corte de preços dos combustíveis.

Também teremos o relatório bimestral do tesouro, como nova revisão do déficit esperado para o ano após os anúncios de reajustes salariais de maio e expectativa de maiores receitas. A receita também deve divulgar a arrecadação em abril, refletindo a volta do PIS/Cofins da gasolina e a melhora na atividade em março.


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