Macroeconomia


Magazine Luiza | Resultado 2T22

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Breno de Paula

Publicado 12/ago

Recessão técnica?

O Magalu divulgou resultados fracos, em linha com as nossas expectativas e do mercado. A companhia sentiu os impactos do cenário macro desafiador e decepcionou em faturamento, seja em lojas físicas, quanto no online, sobretudo no 1P (estoque próprio). Amenizou a situação a performance de produtos de cauda longa e margem bruta, através do repasse de custos de mercadorias. Seguimos com visão cautelosa para o ecommerce brasileiro. A dinâmica expansiva dos competidores estrangeiros (Alibaba, Shopee, Amazon) e Mercado Livre, juntamente das pressões inflacionárias, de crédito e taxa de juros deixam o ambiente mais competitivo. A guerra de vendas pode provocar uma canibalização maior de margens, pois ainda estamos longe de ver um vencedor. Por isso, apesar do upside, nossa recomendação é neutra, com preço alvo de R$ 7/ação.

No 2T22, a receita líquida atingiu R$ 8,6 bi (-5% a/a e -2% vs nossas estimativas), impactada pelo menor volume de vendas nas categorias de bens duráveis. O GMV total também apresentou desempenho tímido (+1% a/a), com a queda nas vendas do 1P decepcionando (-7% a/a). Por outro lado, o sortimento e o número de sellers no marketplace tiveram efeito positivo (+22%a/a) compensando parte do resultado.

A margem bruta consolidada atingiu 28,6% (+3,0 p.p. a/a), reflexo do crescimento da receita de serviços e do repasse gradual da inflação de custos que favoreceu a margem bruta de mercadorias.

As despesas operacionais totalizaram R$ 1,9 bi (+3,7% a/a), com maior representatividade em relação a receita líquida: 22,8% (+1,9 p.p. a/a). Em razão do cenário inflacionário, esperávamos esse aumento nominal, porém o efeito diluição evidencia a desalavancagem operacional das lojas físicas.

O EBITDA ajustado atingiu R$492,1 mm no 2T22 (+8,1 % a/a), com margem de 5,7% (+0,7 p.p. a/a), resultado da evolução da margem bruta, que foicompensada parcialmente pelo aumento dos dispêndios.

Assim, o Magazine Luiza reportou prejuízo de R$ 135 mm no 2T22, revertendo um lucro de R$ 96 mm em relação a mesma base no ano passado. É o terceiro trimestre consecutivo de resultado negativo no bottom line e evidencia as pressões causadas pelo cenário macro desafiador.

Ao final do trimestre, a posição de caixa líquido ajustado foi de R$ 2,1 bi. A sazonalidade do varejo e a relação entre saldos de estoques e fornecedores contribuíram para a geração de caixa operacional de R$ 1,2 bi, revertendo consumo de R$ 1,1 bi no 2T21. O endividamento, medido pela dívida líquida/ EBITDA UDM ficou em -0,5x e reflete uma excelente saúde financeira.

Avanços em ESG

Não houve destaques divulgados em release para o trimestre.

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