Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Vendido!
Foi realizado nesta sexta-feira (16), o segundo leilão de transmissão de energia de 2022. Ao todo, foram envolvidos 6 lotes de transmissão, totalizando 710 quilômetros em linhas, 3.650 mega-volt-ampéres (MVA) em capacidade de transformação. Seis empresas se sagraram vencedoras, com um deságio médio em torno de 38,19%, o que representa uma economia de R$ 5,8 bi aos consumidores durante o período da concessão. Ao todo, os investimentos totalizaram R$ 3,51 bi, e apresentam um prazo de instalação entre 42 e 60 meses.
Das empresas pertencentes a nossa cobertura, Cemig levou o primeiro lote, EDP levou o segundo, Taesa o terceiro e o quinto, e Alupar em parceria com a Perfin Asset Management venceu o sexto lote. O primeiro lote, arrematado pela Cemig, é um empreendimento entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com valor inicial de R$ 199 mm, e RAP de R$ 17 mm, o que resultou em um deságio de 48,05%. O lote de Energias do Brasil conta com investimento inicial de R$ 280 mm, RAP de R$ 25 mm e deságio de 45%. Já Taesa, foi a vencedora dos dois maiores lotes do leilão, sendo o terceiro entre o Maranhão e o Pará, com R$ 1,1 bi de investimento inicial, 18% de deságio e R$ 91 mm de RAP, e o quinto, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com R$ 1,2 bi de CAPEX, e uma volumosa RAP de R$ 152 mm, que foi resultado de um deságio de 34%. Por fim, o consórcio formado por Alupar e Perfin, com o arremate do sexto lote, localizado em São Paulo, apresenta um investimento inicial de R$ 498 mm, RAP de R$ 69 mm e um deságio de 15%.
Aguardaremos mais informações a respeito dos projetos para atualizarmos nossas projeções, que por enquanto seguem desta forma:
· Cemig (CMIG4): recomendação Neutra, preço-alvo de R$ 14,00 (dez/23).
· EDP Energias do Brasil (ENBR3): recomendação de Compra, preço-alvo de R$ 26,00 (dez/23)
· Taesa (TAEE11): recomendação Neutra, preço-alvo de R$ 40,00 (dez/23).
· Alupar (ALUP11): recomendação de Compra, preço-alvo de R$ 32,00 (dez/23).
Entre as empresas que arremataram lotes, a vencedora do quarto lote, fora de nossa cobertura, foi a Usina Termelétrica Norte Fluminense, pertencente ao grupo francês EDF. A homologação do leilão está prevista para o dia 21 de fevereiro de 2023, data da assinatura dos contratos de concessão.
O leilão é organizado pela Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, órgão regulador do setor, que auxilia a manutenção do atendimento do serviço, que é considerado essencial. Sendo assim, as empresas disputam o lote, de acordo com o oferecimento de uma menor RAP, que é a Receita Anual Permitida. A companhia que apresentar tolerância para receber o menor deságio, leva o lote em questão, se responsabilizando assim pela instalação, e manutenção da disponibilidade das linhas, após a sua entrada operacional. Dessa forma, companhia será remunerada através da RAP, que independe da quantidade de energia gerada ou consumida pelo setor, acertada previamente em leilão, e reajusta via algum indexador de inflação, neste caso, o IPCA.