Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Vendido!
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) realizou nesta quinta-feira (18), o seu primeiro leilão de concessões em 2022. O leilão equivale à sétima rodada do programa de concessões aeroportuárias, e foi realizado na sede da B3, em São Paulo. O governo arrecadou cerca de R$ 2,72 bilhões, em direitos de operação em concessões de 15 aeroportos, entre eles o aeroporto de Congonhas (SP), divididos em três blocos distintos, com um prazo limite de operação de 30 anos. Além do pagamento pela outorga, ao longo do contrato, os novos concessionários devem realizar investimentos na casa de R$ 7,2 bilhões.
Os aeroportos envolvidos no leilão representam 15,8% de todos os passageiros domésticos do país, equivalendo a 30 milhões de passageiros, anualmente. O controle aeroportuário pela iniciativa privada atinge uma representatividade de 91,6% de todo o tráfego aéreo nacional.
Blocos leiloados.
Bloco SP-MS-PA-MG: com o maior aeroporto sendo o de Congonhas (SP), o bloco também engloba os seguintes aeroportos: (i) Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, localizados no Mato Grosso do Sul; (ii) Santarém, Marabá, Paraupebas e Altamira, no Pará; (iii) Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais. A contribuição mínima para o lote era de R$ 740,1 milhões e foi vencido pela empresa espanhola Aena Desarollo Internacional, com um lance de R$ 2,45 bilhões, ágio de 231%.
Bloco Aviação Geral: formado pelos aeroportos Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ), com contribuição mínima de R$ 141,4 milhões. O bloco apresentou como único participante, o fundo de investimentos em participações da XP, XP INFRA IV FIP, envolvendo uma quantia de R$ 141,4 milhões, resultando em um ágio de 0,01%.
Bloco Norte II: envolvendo os aeroportos Belém (PA) e Macapá (AP), com lance inicial de R$ 56,9 milhões. Participaram do bloco as companhias Vinci Airports e o Consórcio Novo Norte Aeroportos. O Consórcio Novo Norte Aeroportos se sagrou vencedor na disputa, com um lance de R$ 125 milhões, representando um ágio de 119,78%.
O leilão de hoje vem somar às desestatizações dos últimos anos que podem acelerar o crescimento do investimento em infraestrutura no país. O plano de concessão para 2022 prevê leilões de 50 ativos e R$165 bilhões em investimentos nos próximos 30 anos. A próxima privatização relevante na fila é a do Porto de Santos, com previsão de R$16 bilhões em investimentos.