Desempenho financeiro penaliza resultado do trimestre.
A ISA CTEEP divulgou nesta quinta-feira (28) os resultados referentes ao segundo trimestre de 2022, que vieram abaixo do esperado. A redução em sua receita operacional líquida na comparação anual é resultado do reperfilamento do componente financeiro da sua Base de Ativos, que deve impactar os resultados regulatórios da companhia até o fim do ciclo 2022-2023, já previsto em nosso modelo. Todavia, a companhia apresentou uma queda anual de 7,5% em sua receita líquida, o que levou a um EBITDA de R$ 555 mm, (-12% no a/a). Através de uma considerável deterioração de seu resultado financeiro, que somou em -R$ 301 mm, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 74 mm, 70% inferior em relação ao 2T21. Com o ajuste das variações monetárias, o lucro líquido reportado foi de R$ 243, (-24% a/a).
A companhia segue realizando significativas expansões, tendo levado dois lotes expressivos no último leilão de transmissão realizado pela Aneel, que apresentam previsão de investimentos em R$ 3,9 bi, e RAP de R$ 299 mm. Apesar disso, por ainda não enxergarmos triggers de geração de valor, mantemos a nossa recomendação como neutra, com preço-alvo YE22 em R$ 27/ação para TRPL4. Porém, o papel segue como uma boa opção para uma carteira de dividendos, com uma expectativa de DY para o ano em 6%.
ESG. A ISA CTEEP passou a integrar no 2T22, a carteira do FTSE4Good, indicador internacional de sustentabilidade aferido pela Bolsa de Valores de Londres. No período, a companhia também realizou uma série de medidas como atividades de conscientização na semana do Meio Ambiente, Campanha de Prevenção às Queimadas e o Projeto Oficina Teatral, levando atividades de desenvolvimento sustentável para escolas da rede pública de ensino do estado de São Paulo.
Receita. A companhia reportou uma receita operacional líquida no trimestre no valor de R$ 733 mm, (-7,5% a/a). Essa variação sobre o resultado regulatório segue refletindo os efeitos do reperfilamento do componente financeiro da Rede Básica do Sistema Elétrico (RBSE) da companhia, homologada no ano passado, que no trimestre alcançou um valor de R$ 321,8 mm, (-34,8% a/a).
Operacional. No trimestre, a ISA CTEEP realizou a entrada operacional de dois de seus ativos, o Projeto Três Lagoas, com uma RAP de R$ 7 MM (ciclo 2022-2023), e da Interligação Elétrica Aimorés, joint-venture da companhia com a Taesa, com RAP de R$ 96 mm (ciclo 2022-2023). Houve uma variação linear positiva de 3,5% no total de custos e despesas da companhia, que totalizaram -R$ 309 mm, em razão da intensificação de serviços de manutenção, consolidando em um EBITDA de R$ 555 mm, 12% abaixo do 2T21, com queda de 3,9 p.p. em sua margem.
Investimentos. A companhia reportou uma marca de R$558 mm em investimentos no trimestre,(+62,6% a/a). Este valor representa um recorde histórico de seus investimentos trimestrais, e foi direcionado para o início da fase mais intensiva de investimentos de seus projetos em construção no Triângulo Mineiro, além de modernizações e outras melhorias em sua base de ativos. Ademais, vale recordar que no final do trimestre, a companhia se sagrou vencedora de dois lotes primeiro leilão de transmissão realizado pela Aneel, que apresentam investimento previsto de R$ 3,9 bi, e irão contribuir com uma RAP de R$ 299 mm, reforçando a sua tese.
Endividamento. No período, além de uma nova dívida com o BNDES no valor de R$ 277 mm, a ISA CTEEP também realizou a sua 12a Emissão de Debêntures Incentivadas, no valor de R$ 700 mm, que em conjunto com o aumento dos indicadores macroeconômicos que indexam as suas dívidas, levaram a um saldo de endividamento líquido de R$ 7,3 bi, variação positiva de 10,3%. A companhia apresentou, ao final do trimestre uma posição de caixa e disponibilidades no valor de R$ 1,1 bi, e um indicador de Dívida Líquida / EBITDA no valor de 3,25x, sendo que o seu covenant mais restritivo é de 3,5x.
Resultado Financeiro e Lucro Líquido. O resultado financeiro consolidado apresentado pela ISA CTEEP foi de -R$ 301 mm no 2T22, (+117,5% a/a). Tal variação é resultado do incremento da dívida bruta da companhia, através das novas emissões, em conjunto com a elevação dos indicadores IPCA, TJLP e CDI. Desta forma, com a redução da receita operacional líquida da companhia e a deterioração de seu endividamento, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 74 mm, 70% inferior aos R$ 248 mm reportados no 2T21. Extraindo os resultados de variação monetária líquida de R$ 168 mm, o lucro líquido ajustado do trimestre foi de R$ 243 mm.