Macroeconomia


ISA CTEEP | Resultado 1T22

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Rafael Winalda

Publicado 04/mai

Resultado líquido impactado por reperfilamento financeiro.

A ISA CTEEP divulgou, nesta terça-feira (03), os seus resultados do 1T22, que vieram abaixo de nossas expectativas.

A companhia apresentou significante redução em sua Receita Operacional na comparação a/a, justificada pelo reperfilamento do componente financeiro de sua RBSE, iniciada ao longo da segunda metade do ano passado, que já era prevista em nosso modelo. O EBITDA apresentado pela companhia totalizou R$ 532 milhões, redução de 14% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Com variação positiva de 10% em seus custos, a sua margem EBITDA apresentou deterioração de 7,4 p.p., alcançando 74%. O lucro líquido reportado pela companhia foi de R$ 113 mm, redução de 62% na comparação a/a. Apesar disso, a companhia segue elevando os seus investimentos em projetos greenfield, encurtando os prazos de entrega de seus empreendimentos, e mantendo boa margem de disponibilidade operacional de seus ativos.

Já em relação ao preço do ativo, TRPL4 segue apresentando pouco espaço para upside em nossa opinião. O papel, porém, se qualifica como boa opção para uma carteira de dividendos, tendo apresentado ao longo do ano de 2021, um DY de 8,2%.

Assim, nossa recomendação segue neutra, com preço alvo para o final de 2022 em R$ 27/ ação para TRPL4.

ESG. A ISA aderiu, em fevereiro deste ano, ao Pacto Reis, em prol da inclusão e empregabilidade de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Desta forma, a companhia se compromete a assegurar compromissos relacionados a novas políticas de cultura, acessibilidade, e promoção de seus funcionários, em suas atividades. A companhia realizou em março, uma nova AGO na qual foram eleitos os novos membros do Conselho de Administração e Fiscal da ISA, todos com mandato de um ano.

Receita. A receita operacional líquida reportada pela companhia somou uma quantia de R$ 715 mm, variação negativa em relação ao 1T21 de -15%. Isso ocorreu principalmente devido ao reperfilamento do componente financeiro de sua Rede Básica do Sistema Elétrico (RBSE), homologado no ano passado, conforme a renovação de seu maior contrato, de no 059/2001, que apresentou uma redução de 34%, totalizando R$ 321 mm, em conjunto com a variação na Parcela de Ajuste do período, que corresponde a um valor de -R$ 64 mm.

Operacional. Foi contabilizada uma variação positiva de 61% em seus custos de implementação de infraestrutura, contabilizando R$ 457 mm, em razão dos maiores investimentos nas obras de Biguaçu, Riacho grande, Itaúnas e Tibagi. A companhia tem mantido um prazo médio de adiantamento da entrega de seus projetos frente ao prazo limite, de nove meses. Tendo em vista a variação positiva nos custos e a queda na receita, foi registrada uma redução de 7,4 p.p. em sua margem EBITDA, que ficou em 74,4%. O EBITDA reportado totalizou R$ 532 mm, versus R$ 697 mm do trimestre anterior. Este resultado veio 13% abaixo de nossas projeções, que indicavam uma estimativa de R$ 616 mm.

Investimentos. Garantindo foco na expansão de seu portfólio, a companhia registrou um aumento de 41,9% em projetos de implementação e modernização, através de prendimentos greenfield, com crescimento de 11%. O total de investimentos do 1T22 foi de R$ 414 mm, redução de 81% em comparação com os R$ 2,1 bi do trimestre passado. Porém, vale enfatizar que deste valor total, R$ 1,9 bi eram referentes à aquisição da PBTE (projeto brownfield) concluída em março de 2021.

Endividamento. A companhia realizou, em março de 2022, um novo contrato de empréstimo com o BNDES, liberando um valor de R$ 227 mm, que ao nosso ver pode ser um ponto positivo para a preparação da companhia em relação ao seu interesse em projetos greenfield. Ainda existem nove projetos arrematados em fase de construção, e em junho deste ano, teremos o Leilão no1/2022 realizado pela ANEEL, que podem justificar estas novas contratações. Sendo assim, a Dívida Líquida Total da companhia apresentou variação positiva de 5,4%, totalizando R$ 7,0 bi.

Resultado Financeiro. Concluindo o processo de alteração do perfil de sua dívida, iniciado em outubro do ano passado, através de sua 11a emissão de debêntures e 8a emissão de notas promissórias, em conjunto com as variações positivas dos indexadores de sua dívida total, a companhia obteve uma elevação de 91% em suas despesas financeiras, que totalizaram negativos R$ 260 mm. A elevação dos indexadores também aumentou a sua receita financeira, por meio de suas aplicações, que registraram R$ 28 mm, variação positiva de 40%. Em razão do pior desempenho operacional apresentado pela companhia, em conjunto com o deterioramento também do resultado financeiro, a ISA CTEEP então, apresentou um lucro líquido regulatório no valor de R$ 112 mm, redução de 63% contra o 1T21.

Fonte: Inter Research e Companhia

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