Shoppings e varejo alimentar protagonizam
Fluxo vs Faturamento | No mês de Set/22, o faturamento e os cupons em lojas físicas (rua e shoppings) apresentaram queda em comparação ao mês de Ago/22 de -5% e -5% respectivamente. O fluxo de visitas em shoppings teve queda de -1% no mês, concomitante a uma alta anual de 20% que ainda se destaca pela baixa mobilidade do mês de Set/21. As lojas de rua apresentaram queda no fluxo mensal de -8% e no anual uma estabilidade de 0%. Junto com a redução da mobilidade, o segmento de shoppings apresentou neutralidade no faturamento paralelamente a forte queda de -7% nas lojas de rua.
Resumo do 3T22 do Varejo | No varejo alimentar, apesar da deflação, os preços seguem altos. A capacidade de repasse das empresas foi expressiva e as receitas, sobretudo no formato de atacarejo, foram sólidas. Ademais, os planos de expansão seguiram em ritmo forte, com novas aberturas que afetaram as despesas operacionais nas linhas de pessoal e aluguéis. A geração de caixa operacional continua robusta. No segmento de vestuário, o resultado veio pressionado. O 2T22 foi muito forte, com frio “antecipado” e datas comemorativas. Esse movimento, abasteceu o consumidor, que não foi as compras com a mesma força no 3T22. Por fim, o ecommerce performou abaixo do esperado. O crescente fluxo em lojas não foi suficiente para garantir faturamento. Ademais, o desempenho do online segue em queda, sendo minimizado por itens de cauda longa, fugindo do core das companhias. Houve queima de caixa e acentuado prejuízo financeiro, decorrente do maior nível de endividamento e Selic elevada.
Resumo do 3T22 dos Shoppings | No 3T22, as companhias divulgaram leve desaceleração nas vendas por m2 em relação ao 2T22, porém com bons resultados em suas principais linhas de receitas, puxadas pelo maior repasse nos alugueis, concomitante a um recuperação nas receitas de estacionamentos. Além disso, as companhias demonstraram resiliência nos demais indicadores operacionais, como uma taxa de ocupação estável junto de inadimplência controlada. Vale destacar que já podemos observar um nível elevado nas vendas totais de outubro, correspondendo a uma boa sinalização para o resultado do 4T22. Por fim, observamos uma forte movimentação no ABL da Aliansce Sonae e brMalls, advinda da futura fusão das companhias
Cenário Macro
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2023 ainda incerto
/ As atividades de serviços seguem liderando o crescimento da economia com alta de 1,1% no trimestre. Na comparação anual, o crescimento do setor é ainda mais surpreendente, com alta acumulada de 8,6% no ano até setembro. Para o trimestre, estimamos que o crescimento do PIB na comparação anual seja de cerca de 3,9%, mas desacelere para cerca de 2,9% no quarto trimestre, encerrando 2022 com crescimento acumulado de 3%, resultado bem acima da expectativa inicial, considerando o aperto monetário em curso.
/ Volume de vendas no varejo subiu 1,1%, bem acima da expectativa do mercado que contava com alta de apenas 0,3%. O dado de agosto também foi revisado de -0,1% para crescimento de 0,1%. Assim, o resultado no trimestre foi de alta de 0,3%. A leitura anual, que tem sido impactada pela baixa base de comparação e pela forte redução no preço dos combustíveis, também surpreendeu ao registrar aumento de 3,2% (a expectativa era de alta de 1,8%).Na versão ampliada, o resultado do varejo foi positivo tanto no mês (+1,5%) como no trimestre (+0,4%). Na comparação anual, devido à queda nas vendas de veículos (-1,2%) material de construção (-7,9%), a alta foi inferior à da versão restrita (+1,0%).
Desemprego em queda
/ Após 8a queda consecutiva, resultado mostra robustez do mercado de trabalho brasileiro. Essa é a menor taxa de desemprego desde o trimestre de julho de 2015. Frente ao segundo trimestre do ano, a taxa caiu 0,6 p.p. Já quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 3,9 p.p, indicando crescimento de 6,3 milhões de pessoas ocupadas.
/ Massa real de rendimento habitual cresce 10% no ano, e atinge o maior patamar da série histórica. Leitura é consequência do aumento significativo do número de ocupados e dos rendimentos reais no período. Essa melhora na renda agregada deverá impedir uma desaceleração mais forte do PIB no próximo ano, mesmo diante dos efeitos defasados da politica monetária contracionista.
Crédito estável e inadimplência crescente
/ Em setembro, o saldo de crédito cresceu 16,8% a/a, marcado pela desaceleração na linha de Pessoas Físicas que avançou 20,3% a/a (vs. 20.5% a/a em agosto). Apesar do crescimento anual ainda robusto nas linhas sem garantia, o movimento de desaceleração pode ser observado no crédito não consignado, cartão de crédito e cheque especial.
/ A inadimplência total registrou 2,8% estável contra agosto e +50 bps a/a e ainda com movimentos de alta no segmento PF que registrou taxa de 3,7% já́ em nível acima de 2019. Destaque para deterioração concentrada em linhas sem garantia onde o cartão de credito registrou inadimplência de 7,6% (+40 bps m/m e 300 bps a/a), credito não consignado 7,4% (+10 bps m/m e +250 bps a/a) e veículos 5,2% (+10 bps m/m e +180 bps a/a).
Varejo
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Vendas no varejo surpreendem em setembro
/ O volume de vendas no varejo subiu 1,1%, bem acima da expectativa do mercado que contava com alta de apenas 0,3%. O dado de agosto também foi revisado de -0,1% para crescimento de 0,1%. Assim, o resultado no trimestre foi de alta de 0,3%. A leitura anual, que tem sido impactada pela baixa base de comparação e pela forte redução no preço dos combustíveis, também surpreendeu ao registrar aumento de 3,2% (a expectativa era de alta de 1,8%).
/ Na versão ampliada, o resultado do varejo foi positivo tanto no mês (+1,5%) como no trimestre (+0,4%). Na comparação anual, devido à queda nas vendas de veículos (-1,2%) material de construção (-7,9%), a alta foi inferior à da versão restrita (+1,0%).
/ O impacto da inflação é evidente nas vendas do varejo. Se por um lado a deflação contribuiu para o aumento da venda de combustíveis, por outro, o item vestuário foi o mais afetado pela variação dos preços nos últimos 12 meses (+19,5%) e apresentou a maior queda no volume de vendas (-9,5%). Em seguida, artigos de uso pessoal e móveis e eletrodomésticos também sofreram pela variação de preços de forma expressiva, registrando queda no volume de vendas em 10% e 5,9% no ano, respectivamente.
Shoppings
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Cupons, visitas e faturamento desaceleram
/ No mês de Set/22, as lojas de shoppings apresentaram queda de 1% no fluxo de vistas concomitante a uma desaceleração nos cupons. Com isso, o segmento apresentou neutralidade no faturamento.
/ Excluindo a sazonalidade, o setor apresentou robusta evolução, com o faturamento da indústria crescendo 13% puxado pela melhora de 20% no fluxo de visitas e um crescimento de 17% nos cupons.
/ Olhando apenas para as companhias de nossa cobertura, esperamos forte crescimento anual nas vendas junto com o repasse de alugueis acompanhando ou até acima da inflação.