Macroeconomia


Inter Setores | Varejo & Shopping

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Mário Corrêa

Publicado 21/fev10 min de leitura

Inflação e concorrência pressionam resultados

Varejo

Volume de Vendas no Varejo cai 0,1% em dezembro. O indicador foi um pouco melhor que o esperado que era de queda de 0,6%, mas com uma revisão negativa em novembro de 0,6% para 0,4%. Na comparação com o mesmo mês em 2020, o volume de vendas no varejo teve queda de 2,9% e encerrou o ano com uma variação positiva de 1,4% depois de ter crescido 1,2% em 2020. Com a elevada inflação nos últimos 12 meses, a renda real média das famílias vem sofrendo queda, o que tende a manter o setor de varejo com fraco desempenho também em 2022. Vide Relatório do nosso time de macro, para mais detalhes sobre a Pesquisa Mensal do Comércio.

Lojas de Rua e Shoppings

Os dados do IPV no mês de dez/21 apresentaram uma forte alta impulsionada pelo Natal. O fluxo de pessoas apresentou um crescimento mensal de 55% em shoppings e 41% em lojas de ruas. Já no anual, o fluxo cresceu 12% em shoppings e em lojas de ruas houve uma queda de 6%, com o segmento de moda e calçados se destacando. O faturamento teve um crescimento de 87% em shoppings e 12% em lojas de ruas. No anual, o crescimento foi de 13% em shoppings e 12% em lojas físicas. Com a forte retomada de fluxo de pessoas, faturamento e vendas de Natal, esperamos um fechamento de ano positivo para o setor de shoppings.

Nossa visão

Seguimos com tom de cautela para o varejo, que apesar de apresentar crescimento nominal do faturamento, quando descontada a inflação observamos um patamar de vendas inferior a 2019. O cenário macroeconômico árduo aliado a um ano eleitoral, em nossa visão, trará volatilidade além do habituado. A inflação e o desemprego devem ceder nos próximos meses, o que a princípio é positivo para o setor. Em compensação, o crescimento do PIB pressionado pelo aumento da taxa de juros, deve afetar a confiança do consumidor. Esperamos que a temporada de resultados do 4T21 seja mista entre os segmentos, com destaque positivo para as empresas de atacarejo e consumo discricionário voltado para as classes A e B. Já para o ecommerce as perspectivas são de neutro a negativo, pois os dados de vendas de eletroeletrônicos, carro chefe das Companhias, vieram aquém do esperado.


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