Macroeconomia


Inter Setores | Varejo - Jun.22

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Breno de Paula

Publicado 15/jun5 min de leitura

Varejo recupera perdas, mas segue pressionado

Pesquisa Mensal do Comércio

Vendas no varejo registra variação de 0,9% em abril. Resultado ficou acima da expectativa que apontava para crescimento de 0,3%. O resultado do mês de março também foi revisado de 1,0% para 1,6%. Assim, no acumulado de 2022, o varejo cresce 6,2% e já recupera perdas registradas no final do ano passado. Na comparação com abril de 2021, a variação foi de 4,5%. Em sua versão ampliada, o varejo cresceu 0,7%. A diferença é explicada pela queda na venda de veículos de 0,2% e de materiais de construção de 2,0%. Vide Relatório do nosso time de macro, para mais detalhes sobre a Pesquisa Mensal do Comércio.

Lojas de Rua e Shoppings

Por meio de uma melhora no fluxo de visitas, o faturamento em lojas físicas – rua e shoppings – teve uma forte evolução no mês de Mai/22. Em comparação mensal, o fluxo de visitas em shopping teve um crescimento de 12%, concomitante a um crescimento anual de 31%. As lojas de rua também apresentaram melhora no fluxo, com crescimento mensal de 12% e 24% no anual. Puxado pela forte elevação na mobilidade, o faturamento em lojas de shopping cresceu 19%, junto com o crescimento de 25% em lojas de ruas. Mesmo com a retirada da sazonalidade, os dois segmentos apresentaram um robusto crescimento. Com isso, esperamos que o fluxo de visitas continue evoluindo a níveis observados no período pré pandemia, enquanto o faturamento deve apresentar menor evolução diante da pressão inflacionária.

Nossa visão

Seguimos com tom de cautela para o varejo, que apesar de apresentar crescimento nominal do faturamento, quando descontada a inflação, observamos um patamar de vendas inferior ao pré pandemia. O cenário macroeconômico árduo aliado a um ano eleitoral, em nossa visão, trará volatilidade além do habitual. Além disso, a confiança do consumidor fica a mercê de melhora na conjuntura turva, para revisar então suas expectativas. A médio prazo, no entanto, mantemos a interpretação de que a normalização das cadeias produtivas mundiais, o direcionamento da demanda para serviços e a contração da massa salarial real e do crédito devem contribuir para limitar a inflação. Com isso, esperamos que a demanda volte de forma mais pujante, contribuindo para ainda mais faturamento, porém com ganho de rentabilidade.

Nesse momento, nossa preferência fica para o consumo não discricionário (varejo alimentar), consumo discricionário de alta renda (moda para público A e B) e shoppings com portfólios premium.


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