Pesquisa Mensal do Comércio
Vendas no varejo registra variação de 1,0% em maio. Resultado ficou bem abaixo da expectativa de variação de 1,0% e reflete uma mudança na preferência do consumo por serviços. Em relação a maio de 2021, volume de vendas no varejo caiu 0,2%, interrompendo a sequência de resultados positivos n a comparação anual dos últimos meses. Em sua versão ampliada, o varejo cresceu 0,2%, também impactado pela queda na venda de veículos de 0,2% e de materiais de construção de 1,1%. Vide Relatório do nosso time de macro, para mais detalhes sobre a Pesquisa Mensal do Comércio.
Lojas de Rua e Shoppings
Por meio de uma melhora no fluxo de visitas, o faturamento em lojas físicas – rua e shoppings – teve uma forte evolução no mês de Mai/22. Em comparação mensal, o fluxo de visitas em shopping teve um crescimento de 12%, concomitante a um crescimento anual de 31%. As lojas de rua também apresentaram melhora no fluxo, com crescimento mensal de 12% e 24% no anual. Puxado pela forte elevação na mobilidade, o faturamento em lojas de shopping cresceu 19%, junto com o crescimento de 25% em lojas de ruas. Mesmo com a retirada da sazonalidade, os dois segmentos apresentaram um robusto crescimento. Com isso, esperamos que o fluxo de visitas continue evoluindo a níveis observados no período pré pandemia, enquanto o faturamento deve apresentar menor evolução diante da pressão inflacionária.
Nossa visão
O segundo trimestre, assim como o primeiro, foi um período adverso para o varejo. O cenário macroeconômico ainda é ofuscado por diversos indicadores negativos: inflação e desemprego altos e; renda disponível e crédito comprimidos. Sentindo no bolso a corrosão de sua renda, o consumidor ficou mais cauteloso e menos confiante, escolhendo melhor o que comprar. Ao mesmo tempo, a trajetória ascendente da taxa de juros eleva o custo de capital das Companhias, afetando negativamente as precificações. Por esses motivos, mesmo com a retomada no fluxo de pessoas nos shoppings e ruas, vemos as Companhias apresentarem dificuldades nas vendas. Esperamos que as pressões de custos e despesas afetem as margens das Companhias, em geral, ainda abaixo dos níveis históricos. Entre os segmentos, esperamos que o varejo alimentar continue sendo resiliente no repasse de preços, com momento mais favorável no formato de atacarejo. Para o consumo discricionário, acreditamos que as Companhias focadas nas classes A e B tendem a performarem melhor devido a elasticidade do consumidor.