Setor comercial segue liderando na variação de consumo.
Os últimos dados apresentados pela EPE apontam um crescimento no consumo de energia no Brasil de 3,0% na comparação anual, totalizando 42.097 GWh. Esta robusta expansão foi puxada principalmente pelo forte desempenho do setor de comércio e serviços, que apresentou variação de 6,7% a/a, seguido por variações anuais positivas de 2,9% e 2,1% nos segmentos industrial e residencial, respectivamente. Entre o segmento industrial, os setores que apresentaram melhor desempenho no mês foram os de metalurgia e produção alimentícia, enquanto o aumento no residencial foi impulsionado por temperaturas mais elevadas nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Dados prévios divulgados pela CCEE apontam uma previsão de consumo para o mês de outubro em linha, com variação de 0%. Por fim, a ONS apresentou em seu programa mensal uma previsão de carga para o mês de outubro em 69.129 MWm, que representa um crescimento de 0,5% a/a.
Consumo e carga de energia
Neste mês, liderando as variações de consumo por estado, estão Rondônia, Rio Grande do Sul e Maranhão, com 8,8%, 8,5% e 7,6% no crescimento a/a, respectivamente. Na outra ponta, Piauí e Rio Grande do Norte apresentam as maiores retrações, com -4,7% e -3,7% a/a. Roraima não faz parte do SIN.
Consumo total no país no mês de agosto atingiu uma quantidade de 42 mil GWh, aumento a/a de 3,0%, e de 1,4% contando os últimos 12 meses.
Destaque positivo para as Regiões Norte e Centro-Oeste com aumentos no mês de 8,6% e 5,1%, respectivamente. Na outra ponta, região com menor crescimento foi a Sul, com expansão de 0,7%, limitada devido as suas temperaturas mais baixas.
Crescimento anual de 6,7% no setor comercial, 2,9% no industrial e de 2,1% no setor residencial.
Nível dos Reservatórios Consolidado
Sazonalmente, o mês de outubro representa a aproximação do fim do período anual de secas, o que justifica a retração de 3,34% do volume equivalente do SIN, em comparação com o mês anterior. Apesar disso, este nível ainda caracteriza um cenário hidrológico favorável, se tratando de um volume cerca de 20 p.p. acima de sua média histórica desde o início do século.
Com maior representatividade entre todo o SIN, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste apresenta um nível de 51%, o que mostra a sua forte recuperação desde o início deste ano.
Nível dos Reservatórios por Região
Período de temperaturas mais elevadas e maior seca na Região Norte, levaram a uma retração de 14 p.p. no volume dos reservatórios, que porém ainda se encontra consideravelmente acima de sua média desde o ano 2000.
Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste apresentaram certa estabilidade, mas ainda apresentam acima de suas médias históricas.
Baixas temperaturas e um aumento do nível de chuvas na Região Sul trouxeram um crescimento de 0,4 p.p. em seu nível de reservatórios, que alcançaram uma marca de 91%.
Energia Natural Afluente por Região
O nível de afluência dos subsistemas das regiões Norte, nordeste e Sudeste-Centro-Oeste encontra-se alinhado com a sua curva de sazonalidade, se mantendo próximo à sua média dos últimos 5 anos.
Dado o desempenho positivo das chuvas na Região Sul neste mês, o seu nível de ENA apresentou um salto de 128%, em comparação com setembro.
Geração de Energia
Segundo dados da ONS, a geração total no mês de setembro alcançou um volume de 65.891 MWm, variação de 3,03% a/a.
De acordo com a CCEE, para as usinas que integram o MRE, o volume gerado total no mês de agosto foi de 41.652 MWm, crescimento de 37% a/a.
Para o mês de setembro, foi observada uma retração de 58% (a/a) no nível de geração térmica, dada a melhora do cenário hídrico.
Em reflexo, hidrelétricas apresentam uma expansão anual de 25%, apresentando um volume de geração de 34 mil MWm.
Com elevada tendência de transição energética, eólicas e fotovoltaicas registram robusto crescimento anual, de 14% e 55%, respectivamente.
Garantia Física e Intercâmbio Líquido
Com 41.652 MWm de volume gerado e uma garantia física de 54.603 MWm, o resultado obtido então é um GSF de 76% para o mês, valor consideravelmente superior aos reportados nos últimos 2 anos.
No mês, foi apresentado um grande aumento de intercâmbio entre os subsistemas Nordeste – Sudeste/Centro-Oeste, ao mesmo tempo em que houve diminuição entre os subsistemas Norte-Nordeste.
Preço, CMO e Bandeiras Tarifárias
Em relação aos custos, esta semana operativa (16/10/2022) reporta uma marca de R$ 3,02 R$/MWh, o que mostra uma significativa queda de 91% em comparação com o mês de setembro. O PLD médio se mantém em seu piso, em R$ 55,70.
Por fim, com a estabilidade do cenário hidrológico, a ANEEL anunciou a manutenção da bandeira tarifária verde para o mês de outubro, não incluindo acréscimos sobre a conta do cliente final. A bandeira verde foi anunciada pelo Governo Federal no dia 16 de abril deste ano.