Redução de preço a vista?
Desde o nosso último relatório, muitas notícias abalaram o setor de O&G no Brasil e no mundo. Questões ligadas à fraca atividade na China e nos EUA impactaram o petróleo Brent, oscilando abaixo dos US$ 75/barril. Apesar dos acontecimentos, a Opecem seu último reportainda mantém produção abaixo do potencial.
No que tange à Brasil, a Petrobras anunciou queda dos preços, cerca de R$ 0,13 centavos para gasolina e R$ 0,08 para o diesel. Nosso modelo, atualmente, aponta que os preços estão em linha a PPI, mas este não captura as quedas recentes do Brent, onde abre espaço para cortes futuros, caso o patamar da comodity se mantenha. Outro destaque foram os impostos, que voltaram a ser praticados com alíquotas de R$ 0,47 para litro de gasolina e R$ 0,02 para litro de etanol. O diesel permanece isento.
No mesmo anúncio do ministro Fernando Haddad, em relação a volta do PIS/COFINS, foi também anunciado um imposto sobre exportação de petróleo cru, com alíquota de 9,2%.
O somatório destes fatos ainda são de pressão nos preços dos combustíveis, principalmente para a gasolina. Mas, alívios podem ocorrer em um futuro breve, com repasse da queda do petróleo Brent.
Gasolina: Queda de preços?
Como foi adiantando em nosso relatório anterior, era esperado a volta dos impostos, onde de fato ocorreu, cerca de R$ 0,47 centavos para gasolina e R$ 0,02 para o etanol, praticados já desde o final de fevereiro.
A Petrobras também realizou uma redução no preço da gasolina, como nós também já havíamos adiantado, em R$ 0,13 o litro. Nosso modelo, atualmente, aponta que os preços atuais estão em linha a PPI. Entretanto, o nosso modelo não captura ainda a queda recente do Brent, onde deverá abrir espaços para quedas futuras
A Petrobras anunciou no final de fevereiro uma redução no preço do diesel em R$ 0,08, cerca de -2%, em resposta a queda dos preços internacionais de combustíveis.
Nosso modelo de preços aponta estabilidade, ou seja, que o preço do diesel está em linha a PPI. Entretanto, o modelo ainda não captura as quedas recentes do petróleo Brent, onde se este continue em tal patamar, abre espaço para novas reduções
E&P e Refino
Em janeiro, sendo o último dado completo disponível da ANP, a produção de barril de óleo equivalente somou cerca de 4.175 mil barris ao dia, variações respectivas de 7% e 6% no a/a e t/t. No óleo, a produção foi de 3.274 mil barris ao dia, com equivalentes variações (+8% a/a e 7% t/t). Já gás foram produzidos 143 mm de metros cúbicos dia (+4% a/a e 2% t/t).
O Pré-sal é o carro-chefe da produção brasileira, sendo responsável por mais de 66% do total. Em seguida o Pós-sal tem correspondência por quase 16% e em terra, cerca de 18%.
Distribuição e vendas
O diesel é o produto mais comercializado dos derivados de petróleo no Brasil. Em dezembro, foram vendidos cerca de 4,5 mm de metros cúbicos (-2% a/a e -10% m/m). Em seguida temos a gasolina, sendo comercializado cerca de 3,7 mm de metros cúbicos ( -2% a/a e -10% t/t). Por fim, o etanol apresentou cerca de 1 mm de metros cúbicos vendidos (+1% a/a e -23% t/t).
Acreditamos que as respectivas quedas são devido a sazonalidade.
O mercado americano:
Embora ainda não esteja em níveis recordes, a produção de fevereiro óleo nos EUA apresenta bom patamar, entre 12,2 e 12,3 mil barris dias, segundo segundo dados da EIA.
Contudo, o ponto que chama a atenção é a capacidade de refino, que vem reduzindo constantemente, estando atualmente perto de 18 mm de barris dia, sendo este um dos fatores adicionais pressionando o preço dos combustíveis.
O consumo, por sua vez, segue em nível elevado. Nos EUA, o principal produto consumido é a gasolina, onde foram consumidos, em fevereiro, cerca de 9,1 mm de barris dia, em seguida o diesel, com cerca de 3,8 mm de barris dia.
Com isso, o preço continua pressionado, principalmente o diesel, em US$ 4,3 o galão, enquanto a gasolina se aproxima dos US$ 3,3 o galão.
OPEC
A maior organização produtora de petróleo do mundo é a OPEC, responsável por cerca de 30% de toda a produção global.
Desde outubro de 2022 o grupo segue com produção aquém do potencial, com expectativas de menor consumo de derivados o que leva, por consequência, a preços mais elevados, beneficiando os países-membros via exportações.
Na reunião mensal de março, o grupo apontou o mesmo direcionamento, visando manutenção da produção em nível abaixo do potencial.
Segundo o índice de projeções da BBG, a OPEC produziu cerca de 29,12 milhões de barris em janeiro, o que representa uma alta de 0% m/m e +3% a/a.