Macroeconomia


Inter Setores | Saúde Set.22

Captura de Tela 2023-03-23 às 10.08.27

Breno de Paula

Publicado 15/set3 min de leitura

Beneficiários em alta

O setor continua sendo favorecido pela tendência de crescimento do número de beneficiários de planos de saúde desde o início do 3T20. A Agência Nacional de Saúde (ANS) registrou em julho 49.835.173 (+0,34% m/m) beneficiários de planos de assistência médica e 30.102.288 (+0,87% m/m) beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Em julho, a taxa de cobertura de planos privados atingiu 25,69% para assistência médica com ou sem odontologia. Já os planos exclusivamente odontológicos cobrem 15,52% da população.

Vale destacar que os planos de saúde coletivos seguem sendo de longe os mais relevantes, com 40.793.124 beneficiários (representando 81,9% do total de planos). O principal motivo para o bom desempenho dos planos coletivos (+3,45% LTM) é a forte correlação com o nível de emprego formal do país (+6,41% LTM), que também tem evoluído após os choques do primeiro e segundo trimestre de 2020, advindos do início da pandemia.

Resultados das operadoras

As operadoras de planos de saúde foram muito favorecidas no início da pandemia. Com a suspensão de procedimentos eletivos e políticas de isolamento social, os clientes apesar de não cancelarem os seus planos, deixaram de frequentar os estabelecimentos de saúde. Isso fez com que as operadoras continuassem com um faturamento sólido, e reduziu drasticamente os níveis de sinistralidade. Por outro lado, em 2021, o fim das restrições aos atendimentos, aliado à um elevado nível de internações de Covid-19, culminaram em um alto fluxo de pacientes em entidades de saúde e, consequentemente, um aumento significativo da sinistralidade, que alcançou patamares recordes em todo o segmento. No final de 2021, quando a situação estava prestes a melhorar, tivemos o surto da variante Ômicron e H3N2, que apesar de ser uma onda mais branda e não impactar tanto o volume de internações, gerou um alto número de infeções, lotando os prontos-socorros. Se o contexto para as grandes operadoras, como Hapvida e GNDI, é desafiador, para as pequenas e médias empresas o diagnóstico é trágico, ou até mesmo fatal. A consequência disso pode ser uma tendência ainda maior de consolidação no setor, uma vez que por mais que as grandes operadoras sofram no curto prazo, elas sobrevivem.

Receba nossas análises por e-mail