Macroeconomia


Inter Setores | Saúde | Jun.22

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Breno de Paula

Publicado 15/jun3 min de leitura

Beneficiários em alta

O setor continua sendo favorecido pela tendência de crescimento do número de beneficiários de planos de saúde desde o início do 3T20. A Agência Nacional de Saúde (ANS) registrou em janeiro 49.395.520 (+0,41% m/m) beneficiários de planos de assistência médica e 29.433.793 (+0,75% m/m) beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Em março, a taxa de cobertura de planos privados atingiu 25,46% para assistência médica com ou sem odontologia. Já os planos exclusivamente odontológicos cobrem 15,17% da população.

Vale destacar que os planos de saúde coletivos seguem sendo de longe os mais relevantes, com 40.416.301 beneficiários (representando 81,8% do total de planos). O principal motivo para o bom desempenho dos planos coletivos (+3,49% LTM) é a forte correlação com o nível de emprego formal do país (+6,91% LTM), que também tem evoluído após os choques do primeiro e segundo trimestre de 2020, advindos do início da pandemia.

Já os planos individuais ou familiares apresentam correlação positiva com o nível de Renda Real, que tem sofrido forte retração. Com o retorno à normalidade, o setor informal se recuperou com mais força, contribuindo para a queda do rendimento médio (sendo assim, em média, pessoas com emprego informal possuem renda menor). Além disso, a renda real está sendo consumida pelos altos níveis de inflação, principalmente em alimentos e transportes. O cenário atual é desfavorável, mas as perspectivas de médio/longo prazo para os planos individuais são positivas, tendo em vista a baixíssima penetração deste tipo de plano.

Resultados 1T22

As empresas do setor de saúde performaram operacionalmente bem em 2021. Nota- se que o fluxo de pessoas em hospitais, laboratórios, clínicas e farmácias cresceu desde o segundo semestre de 2020, fruto da retomada dos procedimentos eletivos e demanda reprimida de exames que foram adiados devido à pandemia. Isso fez a receita atingir patamares elevados, entretanto, os custos e despesas também tiveram um aumento relevante em todos os segmentos, impactados pelo aumento do preço dos insumos, aluguéis e pessoal em toda a cadeia. Assim como esperávamos, essa tendência se estendeu para o 1T22 e nossa expectativa é de que isto mantenha ao longo de 2022. Outro ponto que merece destaque é o maior gasto com despesas financeiras, que tem prejudicado a lucratividade e se tornado um problema, sobretudo para as empresas mais alavancadas (que tomaram dívida para financiar o crescimento inorgânico no ano passado). Apesar do surto de Covid-19 (variante Ômicron) e Influenza (H3N2) no início do ano, não houve grandes mudanças estruturais para as empresas, dado que esta foi uma onda muito mais branda (e com uma janela temporal pequena). Mesmo com o alto número de infecções e atendimentos em prontos- socorros, a conversão em internações a nível nacional foi bastante modesta.


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