Beneficiários em alta!
O setor continua sendo favorecido pela tendência de crescimento do número de beneficiários de planos de saúde desde o início do 3T20. A Agência Nacional de Saúde (ANS) registrou em janeiro 49.584.238 (+0,49% m/m) beneficiários de planos de assistência médica e 29.625.384 (+0,86% m/m) beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Em março, a taxa de cobertura de planos privados atingiu 25,56% para assistência médica com ou sem odontologia. Já os planos exclusivamente odontológicos cobrem 15,27% da população.
Vale destacar que os planos de saúde coletivos seguem sendo de longe os mais relevantes, com 40.562.596 beneficiários (representando 81,8% do total de planos). O principal motivo para o bom desempenho dos planos coletivos (+3,66% LTM) é a forte correlação com o nível de emprego formal do país (+6,80% LTM), que também tem evoluído após os choques do primeiro e segundo trimestre de 2020, advindos do início da pandemia.
Já os planos individuais ou familiares apresentam correlação positiva com o nível de Renda Real, que tem sofrido forte retração. Com o retorno à normalidade, o setor informal se recuperou com mais força, contribuindo para a queda do rendimento médio (sendo assim, em média, pessoas com emprego informal possuem renda menor). Além disso, a renda real está sendo consumida pelos altos níveis de inflação, principalmente em alimentos e transportes. O cenário atual é desfavorável, mas as perspectivas de médio/longo prazo para os planos individuais são positivas, tendo em vista a baixíssima penetração deste tipo de plano.
Resultados 2T22
As empresas do setor de saúde performaram operacionalmente bem em 2021. Nota- se que o fluxo de pessoas em hospitais, laboratórios, clínicas e farmácias cresceu desde o segundo semestre de 2020, fruto da retomada dos procedimentos eletivos e demanda reprimida de exames que foram adiados devido à pandemia. Isso fez a receita atingir patamares elevados, entretanto, os custos e despesas também tiveram um aumento relevante em todos os segmentos, impactados pelo aumento do preço dos insumos, aluguéis e pessoal em toda a cadeia. Assim como esperávamos, essa tendência se estendeu para o 1T22 e nossa expectativa é de que isto mantenha para o 2T22 e 2S22. Outro ponto que merece destaque é o maior gasto com despesas financeiras, que tem prejudicado a lucratividade e se tornado um problema, sobretudo para as empresas mais alavancadas (que tomaram dívida para financiar o crescimento inorgânico no ano passado).