Macroeconomia


Inter Setores | Saúde Ago.22

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Breno de Paula

Publicado 16/ago2 min de leitura

Beneficiários em alta

O setor continua sendo favorecido pela tendência de crescimento do número de beneficiários de planos de saúde desde o início do 3T20. A Agência Nacional de Saúde (ANS) registrou em junho 49.789.947 (+0,50% m/m) beneficiários de planos de assistência médica e 29.894.874 (+1,11% m/m) beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Em junho, a taxa de cobertura de planos privados atingiu 25,67% para assistência médica com ou sem odontologia. Já os planos exclusivamente odontológicos cobrem 15,41% da população.

Vale destacar que os planos de saúde coletivos seguem sendo de longe os mais relevantes, com 40.732.133 beneficiários (representando 81,8% do total de planos). O principal motivo para o bom desempenho dos planos coletivos (+3,80% LTM) é a forte correlação com o nível de emprego formal do país (+6,66% LTM), que também tem evoluído após os choques do primeiro e segundo trimestre de 2020, advindos do início da pandemia.

Já os planos individuais ou familiares apresentam correlação positiva com o nível de Renda Real, que tem sofrido forte retração. Com o retorno à normalidade, o setor informal se recuperou com mais força, contribuindo para a queda do rendimento médio (sendo assim, em média, pessoas com emprego informal possuem renda menor). Além disso, a renda real está sendo consumida pelos altos níveis de inflação, principalmente em alimentos e transportes. O cenário atual é desfavorável, mas as perspectivas de médio/longo prazo para os planos individuais são positivas, tendo em vista a baixíssima penetração deste tipo de plano.

Resultados 2T22

As empresas do setor de saúde performaram operacionalmente bem em 2021. Nota-se que o fluxo de pessoas em hospitais, laboratórios, clínicas e farmácias cresceu desde o segundo semestre de 2020, fruto da retomada dos procedimentos eletivos e demanda reprimida de exames que foram adiados devido à pandemia. Isso fez a receita atingir patamares elevados, entretanto, os custos e despesas também tiveram um aumento relevante em todos os segmentos, impactados pelo aumento do preço dos insumos, aluguéis e pessoal em toda a cadeia. Assim como esperávamos, essa tendência se estendeu para o 1T22 e se manteve no 2T22. Outro ponto que merece destaque é o maior gasto com despesas financeiras, que tem prejudicado a lucratividade e se tornado um problema, sobretudo para as empresas mais alavancadas. Como destaque do trimestre, escolhemos a Hypera. A companhia tem conseguido ganhar market share consistentemente nos últimos sete trimestres, refletindo os ganhos de sinergia dos portfólios adquiridos recentemente. Além disso, destacamos o aumento da relevância das vendas para o mercado institucional e os investimentos em P&D, que tem se mostrado bastante eficazes.

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