Bons ventos para 2023?
O consumo de energia em janeiro de 2023 apresentou, segundo a EPE, variação positiva de 0,6% na comparação a/a. No acumulado de 12 meses, o consumo foi de 508.807 GWh, avanço de 1,7% em relação ao período anterior.
Os dados prévios para o restante de 2023 apontam para estabilidade/desaceleração. Entretanto, a CCEE aponta uma evolução no consumo de energia perto de 1,6% para fevereiro. O que se mede na carga de energia para Março, segundo a ONS, é uma pequena queda de 0,5%, em comparações a/a.
Por fim, os reservatórios do setor elétrico estão em níveis bem confortáveis, sendo muitos números os melhores desde 2012, principalmente para o subsistema sudeste/centro-oeste, que é o maior.
Para mais informações, confira o relatório.
Consumo de energia cresce 0,6% em janeiro
Segundo os dados oficiais da EPE, o consumo de energia no mês de janeiro foi de 42.837 GWh, expansão de 0,6% a/a. A região Norte e Nordeste foram as que lideraram o crescimento, com 4,9% e 5,6% de aumento respectivamente. O segmento Residencial foi o que obteve a maior evolução com uma ampliação de 1,9% a/a. As classes Comercial e Industrial também apresentaram desempenho superior em relação a janeiro de 2022 com consumo superior de 1,4% e 1,2%.
Para 2023, devemos ver desaceleração no consumo de energia, com as taxas de crescimento menores ou até mesmo negativas ao longo do ano, contudo ainda em patamar elevado.
Crise hídrica é água do passado.
O período chuvoso no Brasil – que se estende do final de outubro/início de novembro até o fim de março – e no qual a vazão dos rios aumenta, recuperando o nível de armazenagem dos reservatórios, foi levemente acima da média histórica em diversas regiões do Brasil, mas bem acima do anos recentes.
Devido ao atual excelente período chuvoso, o mês de fevereiro encerrou o nível de reservatórios com 80% da capacidade, sendo o melhor fevereiro desde 2007. Os dados de Março até o momento mostram os níveis em torno de 83%.
O quadro deve permanecer ao longo de 2023, tornando a crise hídrica águas passadas.
Sudeste/Centro-Oeste é o grande destaque.
O subsistema sudeste/centro-oeste é o maior em termos de armazenagem, com os reservatórios correspondendo a quase 70% de todo o sistema. Em fevereiro, o subsistema atingiu aproximadamente 77% de sua capacidade, o melhor patamar desde 2012. Atualmente, o patamar é de 81%.
Na sequência, temos o nordeste que corresponde a quase 18% do total, e sua capacidade de armazenagem encontra-se em 87% na primeira quinzena de março. Já no subsistema sul, em fevereiro vimos a armazenagem em 86%, incríveis 58 p.p acima no a/a , e por fim o norte, com fechamento de 97% no mês passado e patamar atual em 98%.
Sudeste é destaque no nível de afluência
A Energia Natural Afluente (ENA) é a vazão dos rios, ou a capacidade de geração hídrica com base na afluência dos rios, influenciada diretamente pelo período chuvoso de cada região. Os subsistemas Norte, Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste têm sazonalidade de chuvas bem definidas, de novembro a março, enquanto no Sul não existe um padrão claro.
Com as chuvas de final de ano em linha com o observado historicamente, a ENA de todas as regiões ficou também acima ou em linha com as respectivas médias históricas em fevereiro.
Geração eólica rouba a cena
Segundo dados disponibilizados pela ONS, a energia gerada média diária de março até o momento foi de 76 mil MWm. No mês de fevereiro o valor foi de 75 mil MWm 2% superior na comparação a/a. A fonte que contribuiu com a maior parcela foi a Hídrica, com cerca de 76% do total, 57 mil MWm, aumento de 1,7% a/a.
A fonte eólica correspondeu com cerca de 13% do total, 9,9mil MWm, +45% no a/a. Em seguida, temos a fonte térmica, correspondendo a 5% do total (3,8 mil MWm), porém com acentuada queda de 45% a/a, com menor uso das geradoras em razão da normalização dos níveis de geração hídrica. Por fim, a fonte solar gerou 2,7% de toda a quantidade de fevereiro de 2022, com evolução de 68% a/a.
Geração mantém fator de repactuação em alta
Com o volume gerado de 52.257 MWm no MRE, e uma garantia física de 50.049 MWm, o resultado obtido então foi um GSF de 104% em janeiro, o que sinaliza aumento 9 p.p. na comparação mensal, demonstrando um excelente início de ano para a geração.
O intercambio de energia ainda segue intenso, escoando energia do norte e nordeste para o sudeste/centro-oeste.
Custos operacionais zerados, PLD no piso e bandeira verde
O preço do mercado à vista de energia (PLD) segue no piso de R$69,04, em decorrência do bom cenário hídrico vivenciado atualmente.
Desta forma, ANEEL segue com a manutenção da bandeira tarifária verde para março, não incluindo acréscimos sobre a conta do cliente final.