Cenário externo adiciona volatilidade
No decorrer do último mês, foi observado um novo estresse no prêmio de risco e desvalorização do real, em decorrência do início da contração dos juros no EUA, o que culminou em um sell off nos mercados internacionais e domésticos.
Por outro lado, as pressões inflacionárias apresentaram arrefecimento e vieram abaixo das expectativas, o que traz um alento para o setor em meio à alta volatilidade atualmente observada.
Enquanto o volume de concessão de crédito se manteve estável na última leitura, o custo de financiamento imobiliário registrou queda marginal para o mesmo período. Já a captação líquida em poupança manteve o fluxo negativo em abr/22 e seguiu sua tendência negativa no ano de 2022.
Em meio a esse movimento, o nível de reserva em poupança se mantém em patamares elevados, o que sustenta a liquidez para o funding na construção civil.
Em abr/22, o índice de confiança na construção avançou para os 97,7 pontos, uma alta robusta frente o mês anterior. Nos dados de mar/22, os dados do CAGED registraram a geração líquida de 25.059 novas vagas dentro da construção civil, o que reflete um ritmo de atividade positivo para o setor.
Diante de uma maior volatilidade nos mercados globais, a curva de juros Pré x DI registrava no início de mai/22 um aumento no prêmio de risco em todos os vértices.
Nos índices de preço, o IGP-M desacelerou e veio abaixo das projeções do mercado, enquanto o INCC-M teve alta de 0,87% no mesmo período, desta vez com maior pressão nos grupos de materiais e equipamentos, embora o mercado também esperasse uma maior pressão do indicador no mesmo mês.
Em fev/22, o volume de concessão de crédito imobiliário manteve-se marginalmente estável em R$ 12,7 bi. Enquanto isso, o custo médio de financiamento apresentou queda, para 8,1% a.a., na contramão do processo de contração monetária atualmente em vigor na economia.
No mês de abr/22, a captação líquida em poupança manteve sua tendência de resgates ao registrar nova saída líquida de recursos, desta vez na ordem de R$ 9,9 bi., o que reforça o movimento de resgate de recursos em meio à alta da inflação e corrosão do poder de compra das famílias, o que por sua vez sustenta momentaneamente o desempenho do consumo no país.
Em reflexo às saídas registradas do saldo consolidado em poupança apresentou novo recuo marginal e atingiu o nível de R$ 1,002 tri. Apesar do movimento de recuo, o nível de reserva em poupança se mantém em patamares elevados, o que sustenta a liquidez para o funding à construção civil, apesar do movimento de alta dos juros.
Na contramão do cenário desafiador existente no setor, o índice de confiança na construção (ICST) registrou alta marginal de 4,8 p.p. no mês de abr/22, aos 97,7 pontos. Já o índice de capacidade instalada manteve comportamento estável no período, com percentual de 75,8% (-0,2 p.p. m/m).
Em mar/22, os dados do CAGED revelaram uma geração de 191.104 novas vagas advindas da construção civil, enquanto 166.045 vagas foram descontinuadas, gerando um saldo líquido de 25.059 novas vagas abertas pelo setor no período.
Em virtude do momento de aversão ao risco observado nos mercados globais, em decorrência das incertezas à aceleração da alta dos juros pelo Fed, a curva de juros Pré x DI registra atualmente uma elevação no prêmio de risco em relação ao mês anterior.
Na última coleta do mês de abr/22, o IGPM registrou desaceleração para 1,41% que, apesar de elevado, surpreendeu positivamente e veio abaixo das expectativas do mercado, em decorrência de uma menor pressão observada nos preços do atacado. Enquanto isso, o INCC acelerou para alta de 0,87%, desta vez com maior pressão vinda do grupo de materiais, equipamentos e serviços, que subiu 1,24% no período.
Na composição dos itens do índice de construção, destacamos a variação observada nos materiais à base de materiais não-metálicos nos produtos, que subiram respectivamente 2,59% e 2,02% no período, bem como a alta comedida observada no grupo de serviços, com alta de 0,46%.