Em meio ao estresse nos mercados globais em decorrência do ciclo de contração monetária nos EUA e riscos de recessão, o que impacta diretamente a precificação do mercado doméstico, o setor de construção manteve no último mês sua solidez na atividade.
Na última coleta, a captação líquida retomou seu movimento de saída líquida, porém em ritmo menor ao registrado nos primeiros meses no ano.
Apesar do movimento de alta dos juros, o atual nível do saldo em poupança se mantém estável já se apresenta menos pressionado pela inflação, impactando em menor escala o poder de compra das famílias em relação aos meses anteriores.
No mesmo período, o índice de confiança na construção retomou sua tendência de alta e alcançou os 97,5 pontos.
Enquanto isso, os dados do CAGED referentes a mai/22 registraram nova geração líquida positiva, acelerando novamente o saldo acumulado nos últimos 12 meses para 253.358 novas vagas líquidas criadas.
Em virtude do risk-off instaurado nos mercados globais, curva de juros apresentou em jun/22 alta marginal nos vértices, algo que deve se manter no horizonte devido ao movimento global de aperto monetário e aproximação do calendário eleitoral.
Nos últimos dados da Sinapi, foi observado nova desaceleração nos custos com materiais utilizados na construção civil, dessa vez em conjunto com uma menor pressão vinda nos custos de mão de obra.
Nos índices de preço, o IGP-M veio abaixo das projeções do mercado, enquanto o INCC-M pressionou novamente tanto nos grupos de materiais quanto de mão de obra, o que trouxe ao índice uma alta acima do esperado.
No cenário corporativo, a notícia de aumento das faixas de renda do PCVA trouxe alívio às incorporadoras cuja atuação se concentra no baixa renda, uma vez que estas ganharão espaço no aumento de preço dos imóveis vendidos, o que naturalmente trará alívio nas margens concomitante à resiliência na demanda, solucionado assim parte dos desafios existentes no segmento