/ Novamente na contramão do exterior, que agora dá sinais de alívio, o mercado doméstico atravessou o último mês sob elevada volatilidade, justificada pela deterioração de expectativas no âmbito fiscal.
/ Por outro lado, os dados da atividade brasileira seguem positivo, com destaque para os dados benignos na última leitura do IPCA e PIB de atividades imobiliárias em campo positivo.
/ Diante da melhora do humor nos EUA, os juros americanos registraram queda ao longo do último mês, enquanto o mercado doméstico de juros segue sob elevada volatilidade em meio à transição de governo.
/ Apesar do patamar ainda elevado, o índice de commodities segue em tendência de queda, o que deve trazer alívio adicional nos índices de preço na construção.
Crédito e Poupança
/ Na leitura do mês de out/22, o crédito imobiliário destinado à pessoa física registrou queda marginal de 7,4% no volume originado, caindo para R$ 15,1 bi. Já a taxa média de financiamento para a modalidade registrou leve queda de 0,1 p.p. atingindo o nível de 10,0% a.a.
/ Segundo o fluxo de evasão observado no ano, a captação líquida da poupança registrou novo saldo negativo em nov/22, porém em volume inferior no m/m, com saída líquida de R$ 7,4 bi.
/ Com o novo resultado negativo na captação, o saldo consolidado de poupança líquida encerrou o mês com leve queda. Com volume consolidado de R$ 986 mm, o saldo total de poupança registrou estabilidade no saldo SBPE e pequena queda no saldo rural.
Confiança e Emprego
/ Diante da elevação das incertezas fiscais, o índice de confiança na construção reportou forte deterioração no mês de novembro. Com queda de 5,3 p.p. frente o mês anterior, atingindo o patamar de 95,6 pontos, o indicador foi puxado pela forte correção no índice de expectativas. No mesmo período, o nível de capacidade aumentou para 79,2% (+2,1 p.p. m/m).
/ Também nos dados de empregos formais, o setor de construção registrou grande desaceleração no saldo líquido de contratações. No mês de outubro, o segmento registrou a abertura de 174.681 novas vagas de trabalho, enquanto outros 169.33 postos foram descontinuados.
/ Com isso, o segmento totalizou a abertura líquida de apenas 5.348 novas vagas, um relevante arrefecimento frente às leituras dos meses anteriores. Como resultado, a construção civil registrou queda na geração líquida acumulada para 256.568 novos empregos formais nos últimos 12 meses.
Custos
/ Com queda maior que o esperado, o IGP-M registrou deflação de -0,56% em nov/22, fazendo o anualizado atingir 5,9%. No período, o IPA apresentou queda de -0,94%, beneficiada pela queda ainda mais acentuada das matérias primas brutas. Com nova aceleração frente o mês anterior, o IPC oscilou 0,64% no período, enquanto o INCC-M registrou alta 0,14%.
/ Nos itens de compõem o INCC-M, destacamos a terceira queda seguida – e acentuada – dos materiais metálicos. Diferentemente do mês anterior, a mão de obra registrou aceleração no mês de novembro, com maior destaque altista para os grupos ‘auxiliar’ e ‘técnico’.
/ Apesar da inflação acumulada na construção permanecer em trajetória de queda, o movimento continua sendo majoritariamente sustentado pela correção dos materiais, em especial os itens metálicos, enquanto a mão de obra apresenta viés altista.
Lançamentos e Vendas
/ No mês de ago/22, o setor registrou o lançamento de 8.366 novas unidades (-16% a/a), puxado pela queda de 14% nas unidades lançadas dentro do PCVA (5.056) e volume 20% inferior no média-alta renda (3.310).
/ Por outro lado, o segmento encerrou o mês de agosto 10.065 unidades vendidas, um crescimento de 9% no a/a sustentado pela alta de 61% no volume de unidades vendidas no média-alta renda, enquanto o PCVA teve recuo de 7%.
Distratos, Entregas e Oferta
/ Apesar do maior volume de vendas, a quantidade de distratos diminuiu no a/a para 1.292 unidades. Grande parte da queda ocorreu em virtude do menor volume registrado no PCVA (855), enquanto o média-alta renda registrou crescimento para 384 imóveis.
/ Em agosto, o segmento também acelerou o ritmo das obras e entregou 8.873 unidades, uma alta de 13% no a/a sustentada pelo crescimento observado em ambos os segmentos.
/ Seguindo a tendência observada no ano, o volume de unidades ofertadas voltou a registrar queda em ago/22, para 134.500 unidades. Com volume estável frente o mesmo período do ano anterior, o estoque de unidades em oferta foi sustentado pelo crescimento de 55% observado nas unidades de média-alta renda, enquanto o volume de unidades voltadas ao PCVA teve queda de 20% no a/a.