Crédito ainda crescendo e com boa qualidade
As companhias do setor financeiro, representadas pelo índice IFNC mostram boa evolução no mês de setembro com o índice financeiro subindo 2,8% enquanto o Ibovespa avança 2,5% no mês e no ano o IFNC sobe 1,3% enquanto o Ibov permanece próximo à estabilidade com 0,1%. O melhor desempenho frente ao Ibov pode ser atribuído a uma boa percepção após a temporada de resultados para as instituições financeiras, que comentamos no setorial do mês passado (confira aqui), além da alta da taxa de Selic, que vai beneficiando as receitas em crédito dos bancos.
Nos dados de crédito, o saldo continua acelerado totalizando R$ 4,9 bilhões em junho, com alta de 17,6% a/a ante um crescimento de 16,8% em maio, desta vez mais impulsionado pelo segmento de pessoa jurídica, que avançou 12,3% a/a em junho, ante 10,2% a/a em maio, beneficiado pelas linhas de cartão de crédito rotativo, repasse externo e desconto de duplicatas e recebíveis. O segmento de pessoas físicas cresceu 21,5% a/a em junho ainda forte ante o mês de maio que cresceu 21,8% a/a e puxado pelas linhas de cartão rotativo, cartão parcelado, rural e imobiliário. Acompanhando o movimento de elevação da taxa Selic, as taxas médias das operações de crédito também continuam em alta e registraram 28,1% em junho com avanço de 810 bps a/a e 50 bps m/m e já superando níveis pré-pandemia com pessoas físicas reportando taxa de 33,2% e pessoa jurídica 19,5%. Por outro lado, os spreads ainda tem sentido o efeito do maior custo de crédito e permanecem em linha com níveis pré-pandemia, mas evoluem frente ao ano passado registrando um spread total de 17,7% (+50 bps m/m e +330 bps a/a) com pessoas físicas registrando 23,2% e pessoa jurídica 8,5%.
A qualidade do crédito, que tem sido o centro das atenções principalmente no segmento de pessoas físicas mostrou estabilidade em junho registrando 2,7% (estável em uma casa decimal desde abril/22 e +40 bps a/a), mas com o segmento PF avançando ainda devagar e gradualmente mostrando até queda em junho versus o mês passado e registrando 3,5% (-10 bps m/m e +60 bps a/a). Por outro lado o segmento PJ tem surpreendido e apresentando uma baixa inadimplência, ainda fora da normalidade e registrou 1,4% (-10 bps m/m e estável a/a), onde se espera um início de normalização gradual no médio prazo.
O Pix continua batendo recordes em transações e volume financeiro, atingindo em agosto 1.859 bilhões em transações (+6% m/m) e R$ 887 bi em volume financeiro (+9% m/m) atingindo R$ 477 milhões de ticket médio, voltando a crescer em 3% m/m.
Continuamos observando uma tendência positiva para o setor no 2S de acordo com os fortes dados do crédito, com atenção claro à evolução da inadimplência e ao apetite no segmento pessoa física, mas também com outros serviços como maior TPV em cartões observado no 1S22 vindo da retomada das atividades e o segmento segurador também incrementado o resultado das instituições financeiras.