Em linha com as expectativas
Com resultado em linha com nossas expectativas, a Iguatemi demostrou no 1T22 um forte nível de vendas e melhora operacional. No varejo, a companhia vem aumentando seus investimentos em busca de maior consolidação no mercado. Com a incorporação dos números reportados e adequação das nossas estimativas à nova reestruturação societária, entendemos que a companhia possui relevante potencial de upside. Sendo assim, reiteramos nossa recomendação de compra para IGTI11, com o preço-alvo para o final de 2022 (YE22) de R$ 27/ação.
Indicadores operacionais: No 1T22, a Iguatemi reportou o crescimento do indicador de vendas em mesmas lojas (SSS) de 70,7%, ficando ligeiramente abaixo das nossas expectativas (-4,3 p.p R/E e +43,2 p.p t/t ). Porém, com uma taxa de ocupação acima do esperado, de 92,7%(+1,7 p.p R/E), a companhia entregou um bom volume de vendas, no total de R$ 3.341 mm (+7% R/E e +77% a/a). Apesar da boa performance nas vendas, a administradora apresentou ritmo um pouco mais fraco na retirada de descontos que o esperado, com um crescimento de 69,9%(- 9,5 p.p R/E e 36,8 p.p t/t) nos aluguéis em mesmas lojas (SSR), junto com o custo de ocupação acima do histórico, em 13,8%. A inadimplência foi de 5,3%, um número saudável ao considerar a retirada de descontos e a sazonalidade do período.
Desempenho Financeiro: Diante dos números operacionais apresentados, a Iguatemi alcançou no trimestre uma receita de locação 8% abaixo das nossas projeções, porém compensado pela recuperação mais forte que o esperado nos estacionamentos e evoluções das demais linhas, o que resultou em uma receita liquida de R$ 233 mm (-5% R/E e +64% a/a), desconsiderados os efeitos de linearização.
Nos custos diretos de aluguéis e serviços, a companhia reportou um dispêndio 12% inferior às nossas estimativas devido a uma menor pressão de custos no segmento de varejo (Iguatemi 365 e I-Retail), o que resultou à companhia um lucro bruto consolidado de R$ 169 mm (-2% R/E). Diante de uma despesa abaixo do esperado na linha G&A, a companhia entregou um EBITDA de R$ 153 mm (+1 R/E e +100% a/a) com margem de 65%, mostrando uma evolução de eficiência operacional que nos surpreendeu positivamente.
a pressão das taxas de juros (desconsiderando marcação a mercado da Infracommerce), o resultado líquido foi de R$ 41 mm(-21% R/E e +182% a/a), traduzido em margem líquida de 18%.
Nos resultados do 1T22, destacamos a margem EBITDA de 75,2% alcançada dentro da operação de shoppings, junto com um crescimento de 26,6% na receita líquida quando comparado com o mesmo período de 2019. Olhando para o segmento de varejo, a administradora apresentou crescimento de 169,3% nos custos e despesas, em consequência da abertura de novas operações e maior custos logísticos e marketing relacionados a expansão geográfica do Iguatemi 365. Dessa forma, a operação de varejo finalizou o trimestre com um EBITDA negativo de R$ 11 mm. Com isso, notamos a melhora na eficiência operacional do core business da companhia.
Apesar de um FFO positivo de R$ 80 mm (excluindo impacto da Infracommerce), a Iguatemi teve uma redução de caixa de 4,8% em relação ao 4T21, tendo como principal impacto, o pagamento de juros e variação monetárias líquidas, levando a dívida liquida para R$ 1.452 mm e uma relação Dívida Líquida/EBITDA estimada de 2,6x. Por fim, a administradora reportou a aprovação de distribuição de R$ 90 mm em dividendos.
ESG: Comprometida com a agenda ESG, a Iguatemi apresentou no trimestre ações como: i) consumo de água consciente, que consiste no reuso de água; ii) redução consumo de energia com a substituição de lâmpadas convencionais para lâmpadas LED e iii) gestão de resíduos para compostagem e reciclagem. Tais ações resultaram em 21,3% do consumo de água reaproveitada, redução de consumo de energia em 63%, bem como 51% dos resíduos destinados à compostagem, reciclagem e CDR.