Números mistos no mês ainda sugerem cautela no curto prazo
Em março, a Construção de Novas Casas apresentou leve queda de 0,8% a/a, para uma taxa anualizada de 1,42 milhão. O segmento de unidade multifamiliares caiu 5,9%, enquanto unifamiliar aumentou 2,7% no mesmo período. Este aumento na construção de residências pode refletir os esforços dos construtores em preparo a uma demanda futura – depois que o aumento nos custos de empréstimos acabou afastando muitos potenciais compradores, uma vez que com os estoques restritos no mercado de revenda, as empresas no setor têm a oportunidade de preencher este “vazio” com novas construções. Do lado positivo, as Vendas de Novas Casas surpreenderam positivamente, atingindo o patamar mais alto em um ano, em 683.000 unidades, acumulando alta de 9,6% ante o mesmo período do ano passado. Por fim, o preço médio de venda subiu 3,2% em relação ao ano anterior, para US$ 449.800.
Conforme os últimos dados divulgados pelo governo, houve uma queda de 8,8% a/a em março nos buildings permits (novos alvarás) o que, por sua vez, demonstra uma possível queda em lançamentos futuros, sinalizando a continuação da desaceleração no setor diante a maior pressão no custo de financiamento. Com isso, mantemos cautela em relação ao mercado imobiliário americano.
Diante da volatilidade nas taxas de hipotecas e do cenário de juros elevados por mais tempo, as vendas de casas existentes em março caíram 2,4% a/a, revertendo a forte alta de 14,5% no mês de fevereiro. Com a desaceleração nas vendas, o estoque de casas teve um aumento de 1% a/a (+/-980.000 unidades em estoque) concomitante à queda do preço médio de venda para US$ 375.700, variação negativa de 0,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Nossa Visão. Com divulgação da nova leva de dados do segmento com números mistos, mantemos nossa visão ainda cautelosa para o setor, apesar da surpresa positiva das vendas de novas casas. Além disso, os olhares direcionam-se à próxima reunião do FED que deve trazer um aumento de 25 bps na taxa de juros no país e, a depender do tom sinalizando o fim do ciclo, poderá aliviar as curvas de juros futuros impactando diretamente as taxas de hipotecas e, consequentemente, toda a dinâmica do setor.